A energia eólica tornou-se em 2020 a segunda fonte de matriz elétrica brasileira, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A meta estava prevista para ser alcançada só neste ano, mas o setor conseguiu ocupar a vice-liderança em geração de energia ainda no ano passado.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil fechou 2020 com 660 usinas instaladas, capacidade de geração de 17 gigawatts, e queda da emissão de gás carbônico de 22,9 milhões de toneladas ao ano.
Com a conquista, 2021 passou a ser encarado como o ano cuja expectativa é ampliar a capacidade instalada. Uma empresa italiana já confirmou a construção de novos parques de energia eólica no Nordeste do país. Parques já em desenvolvimento tendem a impulsionar a capacidade em mais 2 gigawatts.
A estimativa é de que o país terá cerca de 24,2 gigawatts de capacidade instalada até 2024, considerando leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre. O Plano Nacional de Energia 2050, aprovado pelo Ministério de Minas e Energia, projeta que há capacidade instalável para alcançar até 195 gigawatts nas próximas décadas.
Aumento do parque eólico nacional
Em dezembro de 2020, a companhia de energia multinacional Enel Green Power anunciou a construção de quatro parques eólicos e um solar que vão gerar 1,3 gigawatts no Brasil. A subsidiária da holding italiana Enel vai investir R$ 5,6 bilhões.
Os parques eólicos terrestres da empresa que estão em construção atualmente no país são Lagoa dos Ventos III, no Piauí, com 396 megawatts; Morro do Chapéu Sul II, na Bahia, com 353 megawatts; Cumaru, no Rio Grande do Norte, com 206 megawatts e Fontes dos Ventos II, em Pernambuco, com 99 megawatts. Os locais foram escolhidos pelo potencial de geração e pela possibilidade de contribuir para o desenvolvimento da região.
Conforme a companhia, todos vão negociar contratos de fornecimento de energia no mercado livre. A expectativa é de que três deles comecem a operar ainda em 2021. A exceção é o projeto no Piauí, que tem início de operação previsto para 2022.
A ABEEólica acredita que em 2021 haverá a retomada dos leilões, especialmente se houver a confirmação de crescimento da economia na ordem de 2,5%. A esperança é conseguir negócios para gerar de 1 a 2 gigawatts de energia nova neste ano, além dos 2 a 3 gigawatts gerador no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Brasil é 8º país com maior capacidade eólica
O Brasil ocupa a oitava posição entre os países com maior capacidade em energia eólica no mundo, segundo levantamento realizado pela Power-technology.com. China, Estados Unidos e Alemanha lideram a lista.
A expectativa da ABEEólica é encontrar alternativas para que a matriz energética brasileira seja 58% mais limpa do que a média mundial. A busca pelo baixo carbono é acrescida da necessidade de retornos financeiros expressivos para o setor.
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