Com menos de 10% das meninas com idades entre nove e 13 anos imunizadas contra o Papilomavírus Humano (HPV) em Natal neste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem reforçado as ações de conscientização e sensibilização junto à população nas unidades de saúde da Capital para que um número maior de crianças e adolescentes sejam protegidas. A vacina aplicada no Brasil é a mesma usada em outros 51 países e protege contra quatro subtipos do vírus HPV, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero e 90% das verrugas genitais, mas só funciona se todas as doses forem tomadas.
Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da SMS, Juliana Araújo, a baixa procura está relacionada, principalmente, aos mitos de que a vacina é direcionada às meninas que já possuem vida sexual ativa ou que ela poderia estimular a inicialização sexual destas, uma vez que elas estarão protegidas contra doenças como câncer do colo de útero. No entanto, as duas hipóteses estão descartadas.
“Infelizmente, muitos pais alegam que não darão a vacina em suas filhas para não estimularem o início da vida sexual delas, mas isto é um grande equívoco, porque o nosso objetivo é garantir que todas as meninas desta faixa etária sejam protegidas contra uma doença que pode ser prevenida, mas que, quando não evitada ou tratada pode levar à morte. Por isso, estamos reforçando as ações de conscientização e sensibilização nas unidades de saúdes para que as pessoas levem as meninas de nove a 13 anos para se vacinarem contra o HPV”, afirmou.
Juliana Araújo disse que o Ministério da Saúde incluiu a vacina contra HPV no cronograma oficial de vacinação desde 2011 e que ano passado, quando ela passou a integrar o calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), 100% das meninas entre 11 e 13 anos de Natal receberam a primeira dose e mais da metade, a segunda dose. Apesar disso, neste ano, quando a faixa foi ampliada também para as meninas entre nove e 11 anos, o índice está muito abaixo do esperado.
“A vacina é altamente eficaz, segura e vai causar um impacto positivo muito grande no futuro das meninas imunizadas, já que ela protege quase totalmente contra o HPV e o câncer de útero, que é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no país. Não há fundamentos para medo. Mas é necessário que se procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa para imunizá-las, o que deve ser feito em três doses, sendo a segunda delas aplicada seis meses após a primeira, como reforço e a terceira, cinco anos depois, para que a imunização seja garantida”, orientou.
A vacina contra o HPV protege contra quatro subtipos do vírus causador da doença, que é uma DST (doença sexualmente transmissível) e que pode ser transmitida por contato direto com peles ou mucosas infectadas e ainda durante o nascimento da criança, caso a mãe seja portadora do vírus. De acordo com dados do Ministério da Saúde, ela é segura e eficaz, já que é capaz de proteger em até 98,8% contra os subtipos do vírus. Aplicada por injeção intramuscular, ela pode ser tomada por quem tem o HPV, no entanto, não protegerá contra o subtipo que a pessoa portar, apenas os outros três que ela não está infectada.
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