Nesta última quarta-feira (28), centenas de trabalhadores do município de Natal gritaram em alto e bom som: “A greve continua, prefeito a culpa é sua!”. Os servidores em greve desde o início de novembro fizeram uma assembleia na Praça Tamandaré e por unanimidade votaram pela continuidade da greve por tempo indeterminado.
Após a deliberação, foi realizada uma caminhada em direção à prefeitura do Natal, onde os servidores reivindicaram o cumprimento da Lei Orgânica do Município, que define o recebimento das remunerações até o último dia útil de cada mês. O salário de novembro só foi finalizado na terça-feira (27), quase um mês após o prazo concluído o pagamento.
Na terça, representantes dos seis sindicatos em greve (Sindsaúde-RN, Sinsenat, Sintern, Soern, SindGuardas e Sindas) participaram de uma audiência com o prefeito Carlos Eduardo (PDT) para discutir o atraso dos salários. Na ocasião, o prefeito mais uma vez alegou a falta de receita e a crise que a cidade passa. E mesmo dizendo que o salário dos servidores era uma “prioridade”, declarou que não há data, nem calendário de pagamento para o salário do mês de dezembro.
Para Célia Dantas, diretora do Sindsaúde-RN, as leis só servem quando são contrárias aos trabalhadores.
“Quando é pra dar reajuste, não cumprir data base aí tem o quê? Lei de Responsabilidade Fiscal! Aí essa lei é o tempo todo colocada. Agora pra pagar os trabalhadores de acordo com a Lei Orgânica do Município, a Lei deixa de existir. A Lei Orgânica tem que ser cumprida, nós queremos nossos salários em dia como diz a lei que é no último dia de cada mês”, disse Célia.
Os servidores amarguraram o período festivo do Natal sem receber o salário de novembro, mas, mesmo assim, continuaram na luta. Na última sexta-feira (23), quase véspera de Natal, os servidores em ritmo natalino foram para a ‘Árvore de Mirassol’, local bastante visitado por turistas, protestar contra o descaso do prefeito. Alguns servidores relataram que nem sequer puderam fazer uma ceia digna para a sua família. “Agora sei qual é a dor da fome”, disse uma servidora.
Um novo ato público foi marcado para a próxima quarta-feira (04/01/17), às 08h, em frente à prefeitura, para cobrar um posicionamento do prefeito Carlos Eduardo.
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