Responsável pela elaboração do projeto, o engenheiro civil da SME, Reginaldo Vitor de Oliveira Aguiar, explica que vai ser implementado um sistema simples nas Unidades de Ensino de Natal. “Vamos armazenar a água das chuvas através de um reservatório específico, pois não podemos misturar essa água, com a água potável que chega na rede de canalização do sistema. De modo que essa água vai ser utilizada única e exclusivamente para a jardinagem, descargas dos banheiros, lavagem de pisos e lavagem em geral (limpeza da escola). Será um aproveitamento de água para fins não potáveis”, disse.
De acordo com Reginaldo, a finalidade de implantação do projeto é disseminar o conhecimento técnico sobre o assunto para a comunidade escolar, visando uma melhor qualidade de vida futuramente, já que a tendência mundial é a escassez dos recursos hídricos. “A adoção de fontes alternativas de água, como captação e uso imediato da água de chuva, se apresenta como uma das soluções para o abastecimento de água em situações diversas”, comenta Aguiar.
Outro objetivo também muito importante é diminuir o impacto financeiro nas escolas da rede com uma redução nos custos das unidades de ensino. “Um estudo preliminar mostra que podemos chegar a uma redução no consumo anual de água de 25% a 30%, gerando um benefício enorme para a comunidade escolar e para os cofres públicos”. Levando em consideração a tipologia das escolas e centros de educação infantil da Rede Municipal de Natal, o consumo mensal por unidade varia de R$ 9.909,58 a R$ 570,34. A média mensal de consumo das 146 unidades de ensino da Prefeitura do Natal é superior a R$ 137 mil.
“As escolas e centros de educação infantil possuem uma área de cobertura muito grande, facilitando o armazenamento da água de chuva. Vamos montar todo um sistema de calhas que vai direcionar toda a água da cobertura, para este reservatório que iremos criar”. Reginaldo Aguiar conta ainda que estão utilizando como base um trabalho desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo professor Cícero Onofre, que desenvolveu o seu projeto para as cisternas do interior, porém o princípio de captação e fornecimento será o mesmo, com algumas adaptações para as escolas.
Segundo o engenheiro civil, serão beneficiadas no primeiro momento as unidades com maior impacto, em relação à localidade e disponibilidade de água na região. Após um estudo feito a região escolhida para o início do projeto foi a Zona Norte. “É uma região que sofre muito com o rodízio e racionamento de água. Também escolhemos escolas com alto potencial de captação de água, por meio das coberturas”, disse.
Ele explica ainda que terão que levantar um custo médio de implementação do sistema, visto que irão aproveitar algumas canalizações já existentes nas escolas. Também vão levar em consideração a planilha de chuvas cedidas pelo Instituto de Meteorologia da UFRN. “No período de chuvas, iremos armazenar uma quantidade maior do que iremos consumir por mês, para que o excedente de água seja utilizado no mês seguinte. A tendência é manter um ciclo de durabilidade deste sistema. Ele precisa estar sempre abastecido para suprir as necessidades diárias das escolas”, pontua.
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