O prefeito Álvaro Dias afirmou em sua página oficial no Twitter, nesta terça-feira (30), que irá “iniciar um trabalho de distribuição em massa da Ivermectina, com todo o acompanhamento médico necessário”.
Ainda afirmou que a Ivermectina “vai estar disponível em grande quantidade” e que o secretário municipal de Saúde, George Antunes, “deve estar comprando e disponibilizando 1 milhão de comprimidos para distribuir em larga escala na cidade de Natal”.
Para o prefeito, “está comprovado que esse medicamento é eficaz na prevenção do coronavírus”.
O que dizem as autoridades?
Em revisão publicada no dia 16 de junho, o Ministério da Saúde afirmou que não há evidências suficientes para garantir que o azitromicina, um antibiótico, “em uso isolado ou em combinação com hidroxicloroquina, é eficaz para o tratamento da COVID-19”. A droga é eficaz contra infecções bacterianas, como atestam a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e as “Diretrizes para o tratamento farmacológico da Covid-19”, que reúnem o consenso da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia).
A ivermectina, remédio contra vermes e parasitas, também não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, como indica expressamente a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA).
Promessas de cura a partir deste medicamento surgiram no início de abril, quando uma pesquisa publicada na Antiviral Research apontou que a ivermectina teria servido como inibidor do Sars-CoV-2 em células em laboratório. Porém, o próprio estudo concluiu que, para chegar ao mesmo efeito identificado in vitro, a dose em humanos seria bem maior do que a aprovada hoje pelas agências reguladoras, o que poderia ter um efeito neurotóxico.
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