O prefeito Álvaro Dias se reuniu, na noite desta terça-feira (17), com membros do Comitê Científico Municipal de Combate à Covid-19 e secretários municipais para discutir novas ações a fim de evitar o aumento do número de casos da doença em Natal. Entre as medidas a serem adotadas pela administração municipal, estão o aumento da fiscalização no comércio e na orla marítima da cidade para coibir aglomerações; revisão do protocolo de tratamento médico e realização de campanhas educativas para a população.
“Vimos nos últimos dias um aumento do número de casos da Covid-19 no Rio Grande do Norte. Não queremos que esses números cresçam em Natal, por isso a Prefeitura está tomando as medidas cabíveis para evitar a segunda onda da doença. Vamos reforçar a fiscalização conjunta da Semsur, Semurb e Guarda Municipal para evitar as aglomerações. Também vamos reforçar o uso da ivermectina no combate e tratamento da Covid-19. A adoção dos medicamentos foi discutida e aprovada pela Secretaria Municipal de Saúde, pelo Comitê Científico do Município e pelo Conselho Regional de Medicina”, disse o prefeito Álvaro Dias.
O presidente do Comitê Científico Municipal de Combate à Covid-19, o infectologista Fernando Suassuna, defende o uso da ivermectina e explica que já existem estudos comprovando a eficácia do medicamento. “Desde junho, quando começamos a usar ivermectina nos pacientes tratados na rede municipal de Natal, já havia evidências observacionais que referendavam o uso desse medicamento. Cinco meses depois, temos 85 trabalhos realizados que comprovam a eficiência desse medicamento, não só pela medicina observacional, mas pela medicina translacional e até os ensaios clínicos – que os mais críticos questionavam. Existem também trabalhos que comprovam o efeito preventivo do medicamento, existe uma revisão feita através da inteligência artificial – comprovada pelos chineses – que verifica que o medicamento funciona na célula infectada pelo vírus. Também existem evidências recentemente publicadas do efeito anti-inflamatório e do efeito antiviral (material que será publicado na Revista Científica Lancet), validando a ideia de que a ivermectina é o medicamento que deve ser recomendado para prevenção e tratamento em todas as fases da doença”, disse o presidente do Comitê Científico Municipal.
Segundo o prefeito, toda a estrutura montada pela gestão municipal continuará funcionando até o fim da pandemia do coronavírus. “Os três Centros de Enfrentamento à Covid-19, o Hospital de Campanha e as dez unidades básicas de referência continuarão funcionando com médicos treinados e capacitados para tratar o coronavírus e com medicamentos ofertados à população para tratar a doença”, garantiu Álvaro Dias.
Medicamentos contra a Covid-19
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe nenhum remédio comprovadamente eficaz contra a Covid-19 para casos leves. O único medicamento que tem efeito comprovado no tratamento desta doença é a dexametasona, que só deve ser usada em pacientes hospitalizados.
A azitromicina é um antibiótico e pode ser usada contra infecções bacterianas secundárias em casos de Covid-19, mas não atua diretamente contra o SARS-Cov-2, vírus causador da doença. Como todo antibiótico, ele só deve ser usado a partir de orientação médica. Não há nenhum estudo publicado em revista científica que comprove a eficácia da ivermectina ou nitazoxanida contra Covid-19.
Associações como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Sociedade Brasileira de Infectologia já publicaram em comunicados que nem a ivermectina, cloroquina ou hidroxicloroquina tem eficácia comprovada contra a doença. Especificamente sobre a ivermectina, a Anvisa afirma, em nota, que “as indicações aprovadas são aquelas constantes da bula do medicamento” — nenhuma é para a covid-19 e, como a própria autora diz no vídeo, uma das indicações é para o tratamento de piolho.
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