A capital do Rio Grande do Norte, Natal, encerrou 2016 com a maior proporção de famílias endividadas na região Nordeste, com 75%, bem acima da média nacional de 57%, e ocupando a quinta posição no ranking das capitais com as maiores taxas de endividamento do País.
Entre outras seis capitais nordestinas, a parcela de famílias com algum tipo de dívida ficou acima da média nacional: São Luís/MA (72%), Recife/PE (68%), João Pessoa/PB (64%), Aracaju/SE (64%), Fortaleza/CE (63%) e Maceió/AL (60%). Somente Teresina/PI (53%) e Salvador/BA (51%) ficaram abaixo da média das capitais, sendo que o município baiano apresentou a quarta menor taxa de endividamento do País.
Os dados compõem a sétima edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP). O estudo avalia principais aspectos, dimensões e efeitos sobre as famílias da política de crédito no Brasil entre 2014 e 2016, período particularmente turbulento tanto no campo político quanto no econômico. A análise foi feita com base em informações do Banco Central do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Considerando as 27 capitais, o nível de comprometimento da renda com o pagamento de dívidas foi de 30% em dezembro de 2016, patamar considerado adequado pela Federação para não sinalizar risco de elevação da inadimplência. Entre as capitais do Nordeste, apenas Teresina/PI (37%) e Natal/RN (37%) ficaram acima da média do País e ocuparam a terceira e a quarta colocações no ranking nacional de maiores taxas, respectivamente.
Ainda em dezembro de 2016, quatro capitais nordestinas figuraram entre as cinco menores médias mensais de dívida por família: João Pessoa/PB (R$ 813), Aracaju/SE (R$ 988), Maceió/AL (R$ 1.024) e São Luís/MA (R$ 1.045). Em Fortaleza/CE (R$ 1.247), Salvador/BA (R$ 1.332), Recife/PE (R$ 1.450) e Teresina/PI (R$ 1.640), os valores ficaram abaixo da média nacional, de R$ 1.777, em dezembro de 2016. Somente a capital do Rio Grande do Norte, Natal, ficou acima desse patamar, com R$ 1.816.
Em relação ao porcentual de famílias com contas em atraso, Aracaju/SE (29%), Recife/PE (28%), São Luís/MA (27%), Natal/RN (27%), Maceió/AL (27%) e Fortaleza/CE (27%) ficaram acima da média nacional (23%). Apenas Salvador/BA (20%), Teresina/PI (17%) e João Pessoa/PB (7%) ficaram abaixo da média das capitais, com destaque para a cidade paraibana, que apresentou a menor taxa de inadimplência do Brasil.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a conjunção de crise econômica e aumento das incertezas, além da maior seletividade do sistema financeiro e das altas taxas de juros, levaram as famílias a reduzir fortemente a tomada de crédito, comprometendo o seu consumo de bens duráveis, principalmente, e gerando uma das maiores recessões de vendas na história do comércio varejista. Nesses dois últimos anos, enquanto as operações de crédito no Brasil encolheram 12,2% em termos reais, as taxas médias de juros anuais cresceram 23,1 pontos.
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