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Natal concentra 72% das favelas do Rio Grande do Norte

Além disso, a pesquisa destacou a presença significativa de jovens nas favelas potiguares, com 47,4% dos moradores dessas áreas tendo até 30 anos.

Conforme os dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Norte abriga cerca de 175 mil pessoas vivendo em favelas, distribuídas em 101 comunidades. A maior parte dessas áreas urbanas encontra-se em Natal, que concentra 73 comunidades, ou seja, 72% das favelas do estado.

Outras cidades também se destacam: Mossoró, com 12 comunidades; São Gonçalo do Amarante com 9; Parnamirim com 6; e Extremoz com uma comunidade. Dentre essas, apenas Mossoró está fora da região metropolitana da capital.

O levantamento revela que Natal é a cidade com o maior número de moradores em condições de favela, somando 146 mil pessoas, ou 19% de sua população total. A comunidade de Jardim Progresso é a maior dessas, contando com mais de 20 mil habitantes, e aparece no topo do ranking das maiores comunidades do estado.

Além de Jardim Progresso, outras nove grandes comunidades urbanas estão concentradas em Natal, destacando a capital como o epicentro da população residente em favelas no RN.

Maiores comunidades no RN

Abaixo, o levantamento do IBGE com as dez maiores favelas do Rio Grande do Norte:

  • Jardim Progresso – 20.061 moradores
  • Vila de Ponta Negra (AEIS – Áreas de Especial Interesse Social) – 9.877 moradores
  • Mãe Luiza – 9.426 moradores
  • Rocas (AEIS – Áreas de Especial Interesse Social) – 8.832 moradores
  • Aliança – 7.170 moradores
  • Pompéia – 6.745 moradores
  • Jardim Primavera – 4.365 moradores
  • África – 4.358 moradores
  • Alto Guarapes – 3.825 moradores
  • Condomínio Village de Prata – 3.655 moradores

Perfil racial e etário das favelas potiguares

A pesquisa do IBGE identificou que a população parda é predominante nas comunidades do estado, contabilizando 93.690 pessoas (53,5%). Em seguida, vem a população branca, com 58.371 indivíduos (33,3%), e a população preta, com 22.681 pessoas (12,9%). Esse percentual de pardos e pretos nas comunidades é mais elevado que a média geral do estado, em que 50,86% da população é parda e 9,16% é preta, segundo o Censo 2022.

Além disso, a pesquisa destacou a presença significativa de jovens nas favelas potiguares, com 47,4% dos moradores dessas áreas tendo até 30 anos. No entanto, as taxas de alfabetização nessas comunidades são mais baixas do que a média nacional. De acordo com o Censo, 41,2% dos homens e 47,3% das mulheres residentes em favelas são alfabetizados, enquanto a média nacional é de 44,3% para homens e 48,9% para mulheres. A taxa de analfabetismo nas comunidades potiguares chega a 11,49%, um número acima da média regional do Nordeste (9,56%) e nacional (6,76%). Em Mossoró, esse índice atinge 15,17%, o mais elevado registrado entre as cidades.

Condições habitacionais e infraestrutura

Natal concentra 72 das favelas do Rio Grande do Norte
Somente na capital, 146 mil pessoas moram em favelas – o número representa 19% da população da cidade – Rafael Nicácio / Portal N10

O Censo revela ainda que a maioria das residências nas favelas do RN são casas (totalizando 49.999 unidades), seguidas por casas de vila ou condomínio (4.519 unidades) e apartamentos (5.402 unidades). Entre as outras opções de moradia, foram registrados 174 cortiços ou habitações em casa de cômodos e 32 estruturas residenciais inacabadas ou degradadas.

Apesar de ser um direito básico, o acesso a infraestrutura de saneamento e água ainda apresenta deficiências nessas localidades: 450 domicílios não possuem água canalizada, enquanto 45 não contam com banheiro ou vaso sanitário.

O descarte de lixo inadequado, devido à falta de coleta, também é um problema crítico: 1.186 residências jogam seus resíduos em terrenos baldios ou encostas. Ainda segundo o IBGE, cerca de 31,22% dos domicílios dessas comunidades enfrentam problemas de esgoto.

Entre os tipos de estabelecimento encontrados nas favelas, os templos religiosos são os mais comuns, representando 4,9% das edificações. Escolas e unidades de saúde também estão presentes, compondo 2,5% e 1,1% dos estabelecimentos, respectivamente. Já os estabelecimentos voltados para a agropecuária somam apenas 0,06%, enquanto 3,8% destinam-se a outras finalidades.

O conceito de favela segundo o IBGE

O IBGE define as favelas como áreas caracterizadas por insegurança jurídica quanto à posse dos terrenos e uma oferta insuficiente de serviços públicos. Nessas comunidades, as construções são erguidas de maneira independente e muitas vezes carecem de infraestrutura adequada, além de estarem situadas em locais de risco ou onde o uso é limitado por restrições ambientais ou urbanísticas.

Vale ressaltar que o Censo de 2022 contou com novas metodologias que aprimoraram a coleta e análise dos dados, possibilitando uma maior precisão nas informações. Essa melhoria ocorreu graças ao fortalecimento da cooperação entre o IBGE, as prefeituras locais e lideranças comunitárias, contribuindo para um panorama mais fiel da realidade dessas áreas.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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