O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou, nesta terça-feira (1º), a operação Vitrine de Ilusões, com o objetivo de encerrar as atividades de um grupo criminoso que aplicava golpes de falso emprego. A quadrilha, composta por pelo menos cinco membros, operava a partir do Rio de Janeiro e já fez diversas vítimas, incluindo uma mulher potiguar que foi enganada em novembro de 2021.
A vítima, uma nutricionista de Natal, foi abordada por meio de um aplicativo de mensagens, onde recebeu uma proposta de emprego em um hospital privado da capital potiguar. Para garantir a vaga, a mulher realizou duas transferências bancárias que totalizavam mais de R$ 2 mil. O MPRN identificou que os criminosos tiveram acesso aos dados pessoais dela por meio do Conselho Regional de Nutricionistas (CRN), usando essas informações para aplicar o golpe.
A operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Duque de Caxias, Rio das Ostras, Itaboraí e Cabo Frio, todas no Rio de Janeiro. A ação contou com o apoio do Gaeco do MPRJ, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ e da Polícia Militar fluminense. Os mandados visam apreender documentos, dispositivos eletrônicos e outros materiais que possam comprovar a atuação criminosa.
Durante as investigações, o MPRN detectou a participação de pelo menos cinco pessoas no esquema. As provas obtidas até o momento indicam uma conexão clara entre as transações bancárias realizadas pelas vítimas e o líder da quadrilha, que movimentou mais de R$ 712 mil entre maio de 2021 e setembro de 2022, sem possuir vínculo trabalhista formal. Os valores depositados em suas contas eram retirados rapidamente, sugerindo que ele não mantinha os recursos em instituições bancárias.
Além disso, a análise das contas bancárias do investigado revelou transações suspeitas, com recebimento de montantes de várias fontes e repasses a terceiros. Entre as operações mais frequentes estavam depósitos no valor de R$ 650, repetidos em diferentes momentos. Esses indícios reforçam a suspeita de que o grupo operava uma estratégia de engenharia social bem articulada, baseada na obtenção de dados pessoais em conselhos profissionais.
O MPRN também levantou informações de que o principal suspeito já responde a cinco processos por estelionato e possui mais de 30 boletins de ocorrência registrados contra ele. Além de responder a essas acusações, ele estaria envolvido com uma rede de comparsas, visto que as transferências financeiras não indicam uma ação isolada. As movimentações apontam para a existência de uma associação criminosa, com atuação coordenada no estado do Rio de Janeiro.
Todo o material apreendido durante a operação será analisado pelas autoridades, que seguem investigando o possível envolvimento de outras pessoas e a prática de novos crimes. O MPRN não descarta a possibilidade de que mais vítimas tenham caído no golpe, e incentiva qualquer pessoa que tenha sofrido tentativas similares a procurar as autoridades.
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