A adversidade climática e hidrológica no Nordeste brasileiro dificulta a atividade agrícola do homem do campo. Por outro lado, há áreas na região com potencial para instalação de usinas eólicas próximas de comunidades rurais no interior do estado, muitas delas definidas por assentamentos de reforma agrária e que, por restrições legais, impossibilitadas de fazerem parte de projetos eólicos.
De acordo com informações do Incra, no Rio Grande do Norte – estado considerado o maior produtor de energia eólica do país – a geração de energia elétrica produzida a partir da força dos ventos beneficiaria aproximadamente 60% dos quase 300 assentamentos criados pelo Incra no estado, o equivalente a cerca de 170 áreas.
Nesse contexto, o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) criou a Comissão Executiva para a Regulamentação e Monitoramento de Atividades Energéticas em Projetos de Assentamento da Reforma Agrária, cujo objetivo é discutir a possibilidade da participação de áreas de assentamentos no desenvolvimento de projetos eólicos como forma de oferecer sustentabilidade a essas localidades.
Para Jean-Paul Prates, presidente do CERNE, as áreas da reforma agrária também devem ser beneficiadas com os investimentos decorrentes da instalação de parques eólicos. “As regiões que concentram a maior parte dos assentamentos federais na Estado coincidem com as regiões com maior incidência de ventos com capacidade para geração de energia”, acrescenta.
A Comissão Executiva será oficialmente instalada durante o X Fórum Nacional Eólico – Carta dos Ventos [+10], que acontece nesta semana, de 25 a 27 de julho, no auditório da Escola de Governo do Rio Grande do Norte, no Centro Administrativo, em Natal. Em 2018 o evento celebra uma década de consolidação da indústria eólica no Brasil.
“O momento atual é de consolidação do setor da energia eólica brasileira. O RN é pioneiro”, afirma Jean-Paul, um dos responsáveis pela realização do evento desde a sua primeira edição, em 2009. “Queremos aprimorar o ambiente operacional e de negócios, atrair mais empresas e mobilizar os gestores e governantes para que consigamos ampliar a produção”, finaliza.
As inscrições para o X Fórum Nacional Eólico estão abertas e a programação completa pode ser encontrada no site: www.cartadosventos.com.
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