A crise no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade de saúde pública do Rio Grande do Norte, segue alarmante, conforme denúncia recente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado (Sindsaúde/RN). A superlotação e a falta de materiais essenciais colocam em risco o atendimento, impactando diretamente pacientes e profissionais de saúde.
Na noite do último domingo (10), o cenário do pronto-socorro era de 101 pacientes internados, sendo que 60 deles se encontravam nos corredores. As condições de acomodação chegaram a tal ponto que, segundo representantes do Sindsaúde/RN, foi necessário criar filas duplas de macas em alguns corredores e instalar pacientes em áreas de circulação, incluindo espaços próximos aos setores de raio X e tomografia. Mesmo com a gravidade da situação, na segunda-feira (11) o hospital contabilizou 98 pacientes no pronto-socorro, e 48 deles permaneciam nos corredores.
A denúncia do Sindsaúde também destacou a escassez de suprimentos críticos e medicamentos essenciais, que afeta diretamente a capacidade de atendimento do hospital. Itens básicos e indispensáveis à rotina médica estão em falta, como álcool, antibióticos, água destilada, cloreto de potássio e luvas cirúrgicas. Segundo o Sindsaúde, a carência desses materiais compromete os cuidados diários com os pacientes, colocando-os em situações de maior vulnerabilidade. A lista inclui ainda cânulas para traqueostomia e sondas uretrais, instrumentos básicos para suporte de pacientes em condições críticas.
Outro ponto grave na denúncia diz respeito ao uso inadequado de espaços cirúrgicos devido à falta de leitos. Duas salas de cirurgia estão bloqueadas para abrigar pacientes em pós-operatório, o que limita a realização de novos procedimentos cirúrgicos. Além disso, a sala de recuperação foi destinada para acomodar 27 pacientes, situação que agrava o cenário de desorganização e insuficiência de recursos no hospital.
Diante deste cenário, o Sindsaúde/RN exige respostas e medidas do governo para enfrentar a situação que se estende há meses. A entidade alerta para a necessidade de providências urgentes, visando a regularização do abastecimento e a reestruturação dos espaços hospitalares, especialmente nas áreas de maior movimentação, como os corredores e salas de recuperação.
As condições de trabalho para os profissionais de saúde também são apontadas como um fator crítico. A superlotação e a falta de materiais aumentam a pressão sobre a equipe médica e dificultam o atendimento adequado aos pacientes. O Sindsaúde considera a situação inaceitável e cobrou um posicionamento do governo, destacando que sem mudanças, a crise pode se agravar ainda mais.
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