Uma operação policial deflagrada na terça-feira (10/12/2024) investiga a possível participação de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, em uma quadrilha especializada em roubos de cargas na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Preso desde 2002 no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, o traficante é alvo de um mandado de busca e apreensão.
A ação, segunda fase da Operação Torniquete, envolveu policiais civis da 60ª DP (Campos Elíseos), agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público e apoio da Polícia Militar. O objetivo é desarticular uma organização criminosa responsável por roubos que resultaram em prejuízos estimados em R$ 4 milhões.
Segundo o Ministério da Justiça, o Sistema Penitenciário Federal monitora constantemente os presos, incluindo Fernandinho Beira-Mar. A operação foi motivada por indícios de que o traficante utilizava visitas familiares para repassar informações e comandos para fora da prisão. Como medida preventiva, as visitas foram suspensas. “Dentro das unidades prisionais federais há um processo de monitoramento constante dos presos. Entre eles, o trabalho conjunto de vigilância, que tem como praxe alertar ao Ministério Público e às polícias sobre movimentações suspeitas. Essas medidas e, consequentemente a operação desta terça-feira, mostram a higidez do Sistema Penitenciário. No caso específico, as visitas de familiares do detento foram suspensas. A equipe de inteligência do Sistema Penitenciário Federal identificou movimentos suspeitos de que o preso estaria usando familiares para repassar informações e recados para fora da unidade”, informou o Ministério em nota.
As investigações apontam que a quadrilha, composta por indivíduos de comunidades como Rua Sete, Jardim Ana Clara e Parque das Missões, atuava principalmente na Avenida Brasil, na Rodovia Washington Luís e na Rio-Magé. O grupo utilizava armas e bloqueadores de sinais fornecidos por uma facção criminosa, repassando 50% dos lucros obtidos com os roubos à organização.
Além disso, outras lideranças do tráfico local auxiliavam na logística, fornecendo espaços nas comunidades para o transbordo das cargas roubadas. “Outras lideranças do tráfico local atuam no revezamento de apoio logístico, liberando o uso de espaço dentro das comunidades que exploram para o transbordo das cargas”, consta na nota oficial. Desde setembro, a Operação Torniquete já resultou em mais de 240 prisões, além da recuperação de veículos e cargas.
A investigação detalhou toda a estrutura hierárquica do grupo criminoso, demonstrando a conexão entre os roubos de carga e o financiamento de atividades de facções criminosas, disputas territoriais e pagamentos a familiares de seus membros, tanto presos quanto em liberdade.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.