Em meio às dificuldades pelas quais passa a economia nacional, os varejistas potiguares estudam fechar as lojas dos grandes centros comerciais nos domingos e feriados, visando a redução de custos. A proposta vem sendo estudada pelos sindicatos varejistas de todo o país e no Rio Grande do Norte o assunto pode ter um desfecho ainda em abril, entrando em vigor já no mês de maio.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e de Serviços do Estado do RN (Sicomércio RN), George Ramalho Vieira, detalhou que a proposta é discutida há dois anos mas que ganhou corpo este ano, diante as dificuldades econômicas. Ramalho disse ainda que a ideia partiu dos lojistas e vem sendo discutida com o sindicato dos trabalhadores.
“Os lojistas não estão aguentando os custos dos domingos e feriados. Esse fechamento traria uma redução de custos muito bem vinda no atual contexto econômico, que é, como todos nós sabemos, difícil e complicado. O comércio varejista está tendo um lucro muito baixo, quase nenhum. Qualquer custo que possa ser cortado pode significar a sobrevivência do comerciante. Com essa crise, o comerciante está sufocado e a gente tem que encontrar maneiras de diminuir os custos”, declarou Ramalho.
A convenção coletiva, que discute os acordos entre os trabalhadores e empresas, e que pode decidir sobre o funcionamento das lojas no RN acontece em abril e, segundo George Ramalho, os funcionários estão em sintonia com os empresários. A resistência hoje é shoppings, já que mediante contrato, as lojas são obrigadas a abrir. Com a mudança aceita em convenção coletiva, o funcionamento das lojas nos shoppings também seria alterado.
George Ramalho acrescentou que em Belo Horizonte foi feita uma pesquisa sobre o impacto do fechamento na economia mineira. Lá foi apurado prejuízo com a abertura das lojas no domingo de, em média, R$ 1 mil por funcionário. Há uma previsão que a pesquisa seja aplicada em Natal.
“Não podemos proibir os shoppings de fechar nem abrir. O sindicato só tem poder de decisão sobre a questão do trabalhador, se vai trabalhar ou não. O contrato entre comerciante e shopping não pode se sobrepor à convenção coletiva de trabalho. Queremos ouvi-los, por sua importância, porque pode existir uma outra saída para isso, uma contrapartida dos shoppings”, afirmou o presidente do Sicomércio. Em Natal, a mudança impactará cerca de duas mil lojas que empregam mais de 12 mil funcionários.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.