O golfinho encontrado morto e encalhado na Praia de Ponta Negra, em Natal, na última segunda-feira (30), teve a morte provocada por uma interação com atividade humana, especificamente causada por um objeto perfuro-cortante.
A conclusão vem de análises conduzidas por Flávio Lima, professor e coordenador do projeto Cetáceos, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). A informação foi divulgada nesta terça-feira (1º), após investigações no corpo do animal.
O golfinho, um macho adulto com cerca de 2,60 metros, da espécie popularmente conhecida como golfinho nariz-de-garrafa, foi encontrado em estado avançado de decomposição. Segundo Flávio Lima, as condições do corpo dificultaram a análise completa, mas as lesões encontradas sugerem que a morte foi consequência de um corte profundo em uma das nadadeiras, possivelmente causado por uma lâmina. “Foi identificada uma lesão significativa que pode ter levado o animal a encalhar“, explicou o professor.
De acordo com Giovana Santoro, médica veterinária do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAN), a lesão mais severa, causada pelo objeto cortante, pode ter atraído predadores marinhos, como tubarões. “O sangue liberado pela ferida provavelmente atraiu tubarões, o que ocasionou outras lesões oportunistas. Além disso, foram identificados sinais de predação por aves e pequenos tubarões, mas a lesão principal indica interação humana“, afirmou Giovana.
A hipótese de que a morte foi causada por atividade humana foi reforçada por Flávio Lima, que destacou que o animal não apresentava sinais de doença ou qualquer outro fator natural que pudesse ter causado o encalhe. “Esse golfinho estava em boas condições de saúde. Não encontramos indícios de doenças que pudessem justificar o encalhe ou a morte, o que confirma a interferência humana como causa principal“, concluiu.
A equipe de pesquisadores ressalta a importância de conscientização sobre a proteção da fauna marinha, principalmente em áreas urbanas e turísticas como a orla de Ponta Negra. Incidentes como esse reforçam a necessidade de regulamentar e fiscalizar atividades humanas que possam afetar negativamente a vida marinha.
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