O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagraram na manhã desta terça-feira (6), na Grande Natal, uma operação denominada ‘Medellín’. O objetivo, segundo o MP, é desarticular uma quadrilha de tráfico de drogas, também responsável por crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores.
Foram expedidos 14 mandados de prisão, 12 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor e depois é liberada) e 26 de busca e apreensão. Entre os detidos estão dois advogados e três pessoas que já estão presas por outros crimes. Participam da operação 21 delegados, 110 agentes e escrivães e mais quatro promotores de Justiça. O patrimônio toral estimado dos envolvidos é de aproximadamente R$ 20 milhões.
A investigação foi um trabalho conjunto da Polícia Civil, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesed). No decorrer da investigação foram identificados três principais núcleos da organização criminosa:
Núcleo 1
Núcleo de Gilson Miranda Silva, grande traficante distribuidor de droga para este Estado, foragido da justiça desde que se furtou ao cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido referente à Operação Anjos Caídos (DENARC/Comarca de Santa Cruz).
Gilson Miranda possui ligação direta com grandes traficantes do país, a exemplo de José Silvan de Melo, conhecido por “abençoado”, o qual foi preso em abril de 2015, no Estado do Mato Grosso, com R$ 3,2 milhões. Gilson é o principal suspeito de ter mando matar Bruno Rocha de Paiva, cujo corpo foi encontrado carbonizado na cidade de Arez, de acordo com um Inquérito Policial (IP).
Esse IP foi apontado pelo APC Tibério Vinícius Mendes de França como suposto objeto de negociação financeira envolvendo o APC Iriano Serafim Feitosa e a advogada Ana Paula Nelson com vistas a que não houvesse continuidade da investigação desse homicídio.
Núcleo 2
Núcleo de João Maria Santos de Oliveira (“João Mago”), um dos líderes e fundadores da facção Sindicato do Crime, preso recentemente. Além de foragido do sistema prisional do RN por ter sido liberado da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP) com um alvará falso, coordenava os atos de vandalismos praticados em retaliação à instalação de bloqueadores de celular no PEP.
Núcleto 3
Núcleo de Islânia de Abreu Lima, traficante e então companheira de Diego Silva Alves do Nascimento, conhecido como “Diego Branco”, que chegou a ser um dos criminosos mais procurados do Rio Grande do Norte e atualmente encontra-se recluso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Islânia também foi presa após ter sido constatado o seu envolvimento com os atos de vandalismos praticados no Rio Grande do Norte em retaliação à instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim.
Os chefes de cada núcleo da organização criminosa adquiriram vultuoso patrimônio decorrente do tráfico de drogas, transferindo a administração desses bens a terceiras pessoas que àqueles se associaram criminalmente, dissimulando a propriedade dos bens adquirido com o tráfico.
A investigação igualmente comprovou a participação dos advogados Ana Paula Nelson e Allan Clayton Pereira de Almeida na associação criminosa e do APC Iriano Serafim Feitosa, já falecido.
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