O laboratório de Biologia Molecular de Doenças Infecciosas e do Câncer (Ladic) do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CB/UFRN) realiza o monitoramento dos sorotipos dos vírus dengue e Zika circulantes no Estado, com vistas a fortalecer a investigação dos casos clássicos e graves e compreender a ação desses vírus no estado. Além disso, pesquisa também o vírus chikungunya.
De acordo com o coordenador do laboratório, o professor Josélio Araújo, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia, essa pesquisa permite identificar os municípios e localidades mais afetados por esses vírus e as informações são repassadas às Secretarias de Saúde para auxiliar as ações de controle, a exemplo das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, contribuindo para a redução do número de casos da doença no RN.
“Após a identificação, sequenciamos o genoma (conjunto de todos os genes de uma espécie de ser vivo) desses vírus com o objetivo de realizar estudos filogenéticos e evolutivos para saber, por exemplo, sua origem”, completa o professor.
De acordo com Josélio Araújo, a equipe realiza ações educativas em áreas afetadas ou não pela dengue, Zika e chikungunya, como comunidades, conselhos comunitários e escolas, objetivando a sensibilização e a mobilização social no controle e prevenção dessas doenças.
“Dentro do laboratório coordeno a linha de pesquisa intitulada Biologia de Arbovírus e Desenvolvimento Tecnológico em Virologia. Essa linha de pesquisa tem o objetivo de realizar pesquisa, desenvolvimento tecnológico, inovação e formação de recursos humanos, estudando aspectos virológicos, epidemiológicos, filogenéticos e evolutivos de Arbovírus, com ênfase nos vírus dengue, Zika e chikungunya”, destaca Josélio.
As pesquisas são realizadas em conjunto com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Natal, tento também parcerias com Secretarias de Saúde, Fiocruz/RJ, Fiocruz/BA, Fiocruz/PE e colaboradores de instituições internacionais.
Criação do “Sinal Alerta”
Todas as pesquisas ainda estão em andamento, mas já é possível ver alguns resultados. “Além do monitoramento desses vírus em humanos, iniciamos um projeto de monitoramento dos vírus dengue, Zika e chikungunya em Mosquitos Aedes aegypti. A perspectiva é desenvolver um modelo onde, uma vez identificado o vírus no vetor, se acenda o “sinal de alerta” para que as Secretarias de Saúde e a comunidade possam intensificar as ações de combate”, diz o professor Josélio.
Atualmente a equipe do Ladic é composta por 12 pessoas: professor José Veríssimo, professor Josélio Araújo, Kleber Farias (Pós-Doc), Arlinete Medeiros (Doutoranda), João Paulo Silva (Doutorando), Joelma Monteiro (Mestranda), João Ciro Fagundes (Mestrando), Brenda Alves (Biomédica), Ana Alice de Aquino (Biomédica), Leandro Gurgel (Biólogo), Marília Melo (Iniciação Científica) e Yasmin Nascimento (Iniciação Científica).
Chikungunya
Febre Chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da febre Chikungunya está no acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
De acordo com o último boletim da Dengue divulgado pela Prefeitura de Natal, na capital não ocorreram casos confirmados da doença. Dados sobre os demais municípios não foram divulgados.
Em casos de suspeita de Dengue grave ou óbito suspeito ou confirmado, ligue para o CIEVS/ Natal. Disque notifica: 0800-285-9435 ou 3232 9435.
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