Referência em ortopedia e traumatologia no Rio Grande do Norte, o Hospital Memorial está com as atividades paralisadas desde o dia 4 de abril, sem previsão de retomar o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em virtude do atraso no pagamento dos governos estadual e municipal. As duas esferas somam uma dívida referente aos meses de janeiro, fevereiro e março. Os governos federal e estadual ainda acumulavam a pendência do valor de dezembro, que foi pago na última sexta-feira, 15.
“O atraso no repasse de verbas torna crítica a situação financeira do hospital e prejudica todo o funcionamento da instituição, frente à receita insuficiente para a compra de insumos, pagamento da folha de pessoal, da energia elétrica, dos impostos, entre outros compromissos essenciais para manter a prestação do serviço de qualidade”, explica o diretor clínico do hospital, Ricardo Gomes.
O Memorial realiza 30 cirurgias diárias e 600 por mês, com 90% dos pacientes provenientes do SUS. Durante os 14 dias sem atividades, 420 procedimentos já deixaram de ser realizados. Essa paralisação induz à lotação dos corredores no Walfredo Gurgel, onde o tempo de espera no atendimento a fraturas pode causar deformidades severas e irreversíveis.
Para uma lesão no osso da perna, por exemplo, se o procedimento cirúrgico não ocorrer dentro das primeiras 48 horas, a fratura tende a se consolidar com desvios angulares que prejudicam as articulações para sempre no paciente. “O Ministério Público precisa ter ciência da gravidade da situação em que se encontra a urgência ortopédica no Estado e tomar providências urgentemente, caso contrário, está sendo criada uma geração de ‘sequelados’ por falta de eficiência no atendimento prestado à população”, denuncia Ricardo.
O Memorial realiza o maior número de atendimentos em ortopedia e traumatologia no Rio Grande do Norte. O hospital conta com 325 colaboradores e dispõe de 70 leitos, sendo 15 de UTI. O quadro clínico é formado por ortopedistas especializados no tratamento de diferentes membros, como quadril, joelhos e ombros, além de clínicos gerais, anestesistas e enfermeiros.
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