A falta de profissionais nas maternidades do Rio Grande do Norte está deixando as mulheres que necessitam desse tipo de atendimento em uma situação de vulnerabilidade. Na última sexta-feira (07), a maternidade Divino Amor, localizada em Parnamirim, ficou sem nenhum médico obstetra na escala do plantão diurno e noturno, e as pacientes precisaram ser transferidas para outros hospitais do estado.
Uma denúncia feita pela professora Nilda – ex-vereadora do município, ganhou proporção nas redes sociais:
Além de atingir em cheio a população que necessita de atendimento, a falta de profissionais na Divino Amor acaba respingando diretamente nas unidades que estão localizadas em outros municípios do RN e que também estão enfrentando dificuldades para atender a alta demanda. Como é o caso do Hospital Regional de São José de Mipibu, que no último fim de semana recebeu pacientes de Parnamirim, Ceará-Mirim, São Miguel do Gostoso e Touros, além das outras vinte e uma cidades que a maternidade já presta suporte.
Só entre o sábado (08) e o domingo (09), foram realizados 35 partos em um único dia em São José de Mipibu, sendo destes 15 partos cesarianos, em um ambiente que dispõe apenas de 42 leitos e uma péssima estrutura física. De acordo com informações repassadas por servidores da unidade, a superlotação se deu pelo fechamento das maternidades de Parnamirim, Ceará-Mirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba no final de semana.
Uma funcionária que trabalha no Hospital de São José de Mipibu, que preferiu não se identificar, relata que muitos profissionais estão doentes e afastados devido ao surto de gripe, e por isso às equipes que já são pequenas, estão ainda mais reduzidas: “Estamos com muitos funcionários doentes, setores que eram para trabalhar com seis técnicos, estavam trabalhando com três técnicos, todos adoecidos. É uma sobrecarga de trabalho muito grande”, desabafa a servidora.
“Isso é uma vergonha! Forçar centenas de pacientes gestantes e mães a se deslocarem dos municípios onde residem, para conceber o nascimento dos seus filhos em outros locais, superlotando unidades e sobrecarregando ainda mais o trabalho dos profissionais da saúde. Vale destacar, que os mesmos, já são forçados a assumir um trabalho triplicado, pela falta de responsabilidade, comprometimento e respeito dos gestores e governantes. A saúde do RN e a vida dos pacientes merecem ser valorizadas“, disse em nota o Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte).
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.