A geração de energia a partir dos ventos (energia eólica) tem forte potencial para criar cerca de 200 mil empregos no Brasil até 2026, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (12) pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
O avanço desse tipo de energia no Brasil tem aberto novas possibilidades de carreiras, de acordo com a entidade. O levantamento mapeou 52 profissões que podem atuar na cadeia eólica – em cinco diferentes etapas: ensino e pesquisa, manufatura, desenvolvimento de projetos, construção e montagem, e operação e manutenção.
Os maiores salários na área são de profissionais do ramo de engenharia (de produção, industrial, de qualidade, de vendas, elétrica e projetista), com valores que variam de R$ 5.000 a R$ 15 mil por mês [fora os benefícios], diz o estudo. Na mesma faixa salarial, também há vagas para advogados, administradores e biólogos.
A maioria dos parques eólicos do Brasil está no Nordeste. O Rio Grande do Norte e a Bahia lideram, com 135 e 93 usinas, respectivamente. Outros sete estados da região concentram 184 parques eólicos. A região Sul vem em seguida, com 95 parques eólicos, a maioria no Rio Grande do Sul (80).
Eólicas investirão R$ 2 bilhões no Rio Grande do Norte até 2021
O maior produtor de energia eólica no Brasil na atualidade poderá bater mais um recorde até 2021. O Rio Grande do Norte deverá atingir a marca dos 5 gigawatts (GW) de capacidade instalada com a entrada em operação dos 16 parques eólicos em construção e de outros 13 empreendimentos contratados nos mais recentes leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que deverão ser construídos no período. Cerca de R$ 1,8 bilhão está envolvido na fase inicial de investimentos dos parques eólicos para os próximos três anos, além das linhas de transmissão, de acordo com o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne). Hoje, o estado conta com 135 parques eólicos instalados com capacidade de geração posta de 3.678,9 megawatts (MW) – correspondente a 84,76% dessa matriz energética localmente.
Existem, porém, muitos desafios a serem superados para que o estado rompa os números atuais e chegue aos 5 GW num intervalo mais curto de tempo que seu concorrente mais próximo, a Bahia. A falta de linhas de transmissão para escoamento da energia produzida e de um porto que consiga dar vazão à logística envolvida na instalação dos parques eólicos no estado são pontos cruciais apontados pelo presidente do Cerne, Jean Paul Prates.
Com os 135 parques eólicos em operação comercial, o RN encerrou o ano de 2017 com 1.455,3 MW médio de energia entregues ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O número representa crescimento de 20,7% em relação ao ano de 2016. Especialistas do Cerne afirmam que “apenas um terço do potencial eólico foi explorado até o momento no estado, que até 2003 encontrava-se na estaca zero no tocante à produção energética.” Com um potencial estimado em 10 GW, o incremento na produção eólica local depende da operacionalização dos empreendimentos em construção e, acima disso, do aprimoramento dos mecanismos técnicos, gerenciais e comerciais no setor.
“Temos um potencial ainda maior. Aprimorar negócios, o ambiente operacional e atrair mais empresas precisam estar entre as metas dos empresários e do governo estadual para que consigamos ampliar a produção. O RN é um dos ambientes mais atrativos do mundo para a energia eólica, mas precisamos vencer os desafios das linhas e transmissão e do porto”, ressalta Jean Paul Prates. Ele informa, ainda, que o único estado com potencial de ultrapassar o RN é a BA em decorrência da vastidão de terras disponíveis. A Bahia é maior que o RN.
Desde 2010, o RN é autossuficiente na geração de energia eólica. Hoje, a produção corresponde ao dobro do que é consumido internamente (média de 800 megawatts).
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.