Durante o ano 2016, o Brasil registrou o maior número de homicídios da história. Foram 61.619 mortes violentas, uma média de sete assassinatos por hora, de acordo com dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo a pesquisa, o crescimento no número de mortes foi de 3,8%, em relação a 2015. O país tem 29,9 casos por 100 mil habitantes.
Para o especialista de segurança pública Benê Barbosa, parte do crescimento nos números da violência podem ser justificados pelo baixo investimento e pela má aplicação de recursos em ações de segurança pública. Benê destaca que a maior parte do investimento vai para o policiamento ostensivo e em menor volume para o investigativo, o que segundo ele “tem um efeito muito pequeno contra a criminalidade”.
A especialista em segurança pública do Instituto Sou Da Paz, Carolina Ricardo, concorda. “A gente pode entender melhor o perfil, entender as motivações. Saberemos qual o percentual do tráfico de drogas, qual o percentual conflitos interpessoais, e além de responsabilizar os criminosos, tomar medidas preventivas”, explicou Carolina.
Entre os estados, a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes foi registrada em Sergipe, com 64, seguido de outros estados nordestinos, como Rio Grande do Norte, com 56,9, e Alagoas, com 55,9. Entre as capitais, Aracaju, em Sergipe, também lidera a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes, com 66,7. Em seguida vem Belém, no Pará, com 64, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul com 64,1.
Faltando ainda dois meses para o final de 2017, o Rio Grande do Norte já superou em números, a quantidade de mortes violentas do ano passado, com mais de duas mil mortes. Foram 2.043 até este domingo (29), de acordo com o Observatório da Violência Letal Intensional (Óbvio) do Rio Grande do Norte. Um aumento de 24,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Roubos
O estado foi o terceiro com maior crescimento no número de roubos, que também influenciam no aumento da sensação de insegurança. Passou de 18.947 em 2015 para 24.642 no ano passado – um aumento significativo de 28,8%. Apesar de não figurar entre os estados com mais crimes deste tipo, o RN foi o terceiro a registrar maior avanço, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro (40,4%) e Pernambuco (34,6%).
Quando as estatísticas são limitadas a roubos de carros, o estado também teve a terceira maior taxa em relação à população. Ao longo de 2016, foram registrados 6.010 casos – um total de 507,9 roubos a cada 100 mil habitantes. Novamente, o estado ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (653,9) e de Pernambuco (564).
Somados os números de furtos (quando o bem é levado sem que a vítima presencie ou sofra ameaça), houve um total de 7.346 casos de carros levados no Rio Grande do Norte, no ano passado. Em 2015, eram 5198.
Menores taxas
Ainda de acordo com o estudo, pelo menos 363 pessoas foram dadas como desaparecidas no estado ao longo do ano passado. Na comparação com outros estados, essa é uma das mais baixas taxas do país.
O estado também registrou número de 206 estupros no ano passado, uma redução de 36,2% em relação a 2015. A taxa de 5,9 casos por 100 mil habitantes é a segunda mais baixa do país, ficando atrás apenas do Espírito Santo (4,7). Cresceu, porém o número de denúncias de tentativa de estupro, que passou de 33 para 52, no ano passado.
Entre 2015 e 2016, o estado também diminuiu o número de roubos a instituições financeiras e a cargas. No caso dos bancos, o número de roubos caiu de 60 para 39 (- 35%). No caso das cargas, a redução foi de 62 para 37 (- 40,3%).
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