Rio Grande do Norte

Dino diz que crise no Rio Grande do Norte “envolve a misoginia”

Ministro afirmou que a crise "está sendo enfrentada com muita firmeza pela governadora Fátima Bezerra”

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a crise de segurança pública no Rio Grande do Norte envolve a misoginia, uma vez que as mulheres ocupam espaços públicos que antes eram dominados pelos homens.

A declaração foi feita durante o encontro nacional Segurança Pública e o Enfrentamento à Violência contra a Mulher, realizado nesta segunda-feira (21) na sede do ministério em Brasília.

Durante sua visita a Natal, Dino se reuniu com a governadora Fátima Bezerra e outras profissionais mulheres da área de segurança estadual para discutir a crise de segurança pública no estado, que, segundo ele, “está sendo enfrentada com muita firmeza pela governadora Fátima Bezerra”.

O ministro ressaltou que a violência política de gênero é fruto da visão excludente e opressiva da negação do papel da mulher na condução das políticas públicas no Brasil.

“Quando cheguei, identifiquei que havia duas crises: uma visível e uma invisibilizada. A visível era aquela relativa à emergência do fenômeno do crime organizado que, como sabemos, há décadas questiona as autoridades nacionais e internacionais”, disse o ministro.

Dino afirmou que há uma “crise invisibilizada no estado”, que é a violência política de gênero, e que essa questão foi trazida à tona por uma parlamentar que lhe mostrou uma mensagem no celular culpando-a pela crise. Segundo o ministro, a mensagem dizia que a parlamentar deveria estar em casa lavando as roupas íntimas do marido e não ocupando espaço público e ajudando os bandidos.

“A crise inviabilizada, contudo, era a violência política de gênero. Infelizmente, uma das parlamentares que acompanharam a crise me mostrou uma mensagem em seu celular, que a culpava pela crise; dizia que era dela a culpa da crise, por ser mulher; e que, por isso, ela, que deveria estar em casa lavando as roupas íntimas do marido, que ela estava indevidamente ocupando espaço público, ajudando os bandidos”, acrescentou o ministro.

Dino explicou que, tradicionalmente, a resposta jurídica para a violência política de gênero no Brasil é tratar a questão como crimes contra a honra, mas sua assessoria alertou-o sobre a possibilidade de incidência de outros tipos penais. Por isso, o ministro decidiu que era preciso dar um passo adiante e tratá-la também como crimes federais.

Dessa forma, Dino enviou uma determinação à Polícia Federal para que os inquéritos tratem os crimes de violência política de gênero como crimes federais, de forma a concentrar a resposta e colaboração com as autoridades estaduais das polícias civis, Ministério Público e do Poder Judiciário.

Caos no RN

O estado do Rio Grande do Norte, no nordeste do Brasil, está passando por uma onda de violência desde a última terça-feira, dia 14 de março, quando bandidos começaram a realizar uma série de ataques criminosos em diferentes cidades do estado.

Nesta terça-feira, dia 21 de março, novos ataques foram registrados em Parnamirim, Macaíba e Natal.

O primeiro ataque registrado hoje foi o incêndio de um carro de uma empresa de internet no bairro Nova Esperança em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. De acordo com testemunhas, indivíduos encapuzados atearam fogo em um Fiat Uno branco.

Mais tarde, na cidade de Macaíba, um caminhão da empresa Coca-Cola que fazia a distribuição de refrigerantes foi incendiado por criminosos enquanto estava estacionado, colocando em risco a vida dos funcionários que estavam fazendo a distribuição dos produtos. O Corpo de Bombeiros agiu rapidamente para conter as chamas, mas o caminhão ficou totalmente destruído. Segundo relatos de moradores, o veículo também foi saqueado antes do incêndio criminoso.

De acordo com a Polícia Militar, esse é o terceiro veículo incendiado na Rua Areia Branca, em Macaíba.

Ainda nesta terça-feira, uma explosão aconteceu na Ponte de Igapó, na Zona Norte de Natal, por volta das 17h30. Um artefato explosivo foi detonado na cabeceira do acesso à ponte, causando apreensão entre os motoristas e moradores da região.

As forças policiais foram acionadas e interditaram a via, que é uma das mais movimentadas da cidade, nos dois sentidos.

De acordo com a Polícia Militar, a vistoria técnica do Bope constatou que “se tratava de um recipiente com pólvora prensada, similar à fogos de artifício, que produziu um alto efeito sonoro com presença de fumaça”. A ativação do artefato não causou nenhum dano estrutural na ponte.

Pouco tempo depois da explosão da ponte, uma van escolar foi incendiada na Travessa Padre Cícero em Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal. O veículo transportava crianças de uma escola quando foi abordado por homens armados, que mandaram as crianças descerem, tocaram fogo no veículo e saíram atirando para cima. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas e uma equipe da Polícia Militar também foi até o local.

Por volta das 20h, um micro-ônibus foi incendiado em Passagem de Areia, em Parnamirim. O Corpo de Bombeiros foi acionado ao local, mas o veículo ficou totalmente destruído.

Mossoró e Natal na lista das cidades mais violentas do mundo

Um relatório recente do Conselho Cidadão de Segurança Pública e Justiça Criminal, uma agência mexicana, trouxe à tona uma preocupação alarmante: Mossoró e Natal, as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte, estão entre as 50 cidades mais violentas do mundo. O estudo de 2022 avaliou a taxa de homicídios por 100 mil habitantes e classificou Mossoró em 11º lugar e Natal em 28º lugar na lista.

Os motivos da violência nessas cidades são complexos e variados, incluindo o tráfico de drogas, o crime organizado, a pobreza, a desigualdade social e a falta de oportunidades. Infelizmente, a falta de investimento em políticas públicas de segurança e a corrupção em algumas esferas do poder público agravam esses problemas.

No entanto, é importante notar que a violência afeta especialmente certas comunidades, como jovens negros e pobres. É necessário um esforço conjunto para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a uma vida segura e pacífica, independentemente de sua origem socioeconômica ou étnica.

É fundamental destacar que a inclusão dessas cidades na lista não significa que todos os seus habitantes sejam violentos ou que a situação seja irreversível. Pelo contrário, essa lista deve servir como um alerta para a necessidade de uma ação coordenada e sustentada para lidar com as causas da violência e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Com a adoção de medidas eficazes, é possível reverter a situação de violência nessas cidades e em todo o país. Portanto, a segurança pública deve ser uma prioridade máxima das autoridades brasileiras para garantir que todos os cidadãos possam viver em paz e segurança.

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.

Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas.Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo.Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores.Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para romario@oportaln10.com.br.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

Permita anúncios para apoiar nosso site

📢 Desative o bloqueador de anúncios ou permita os anúncios em nosso site para continuar acessando nosso conteúdo gratuitamente. Os anúncios são essenciais para mantermos o jornalismo de qualidade.