Nesta quinta-feira (10), o deputado estadual do Rio Grande do Norte Subtenente Eliabe solicitou, através de requerimento, a retirada da população carcerária dos grupos prioritários de imunização contra a Covid-19. O pedido foi apresentado ao Ministério da Saúde que, através do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação (PNO), fixou a vacinação da população privada de liberdade como prioritária.
De acordo com o deputado, a prioridade da imunização de presos não se justifica. “É importante destacar que a vacinação de um presidiário significa uma vacina a menos para grupos que estão mais vulneráveis ao vírus ou que prestam serviços essenciais, como profissionais de saúde e segurança. Imunizar os presos antes é uma inversão total de valores”, afirma o parlamentar. Desta forma, este grupo passaria a ser vacinado em conjunto com a população que não se enquadra nas outras prioridades fixadas pelo PNO.
A solicitação do deputado também foi encaminhada à gestão estadual, para que seja feita a gestão das prioridades. De acordo com informações do portal RN Mais Vacina, plataforma do Governo do Estado, a imunização dos presos já começou no Rio Grande do Norte.
Vacinação de detentos
Apesar da medida ser bastante criticada por grande parte da sociedade, especialistas em saúde pública ressaltam que o alto risco de exposição nas prisões impactam não apenas sobre detentos e funcionários, mas também na população das cidades onde estão localizadas. “Prisões são incubadoras de doenças, incluindo a covid-19”, disse à BBC News Brasil o especialista em bioética Arthur Caplan, professor da Escola de Medicina da Universidade de Nova York.
“Você não vai querer ter em sua região um lugar que está espalhando a doença. Guardas, pessoal de limpeza, fornecedores de comida, visitantes, muita gente entra e sai das prisões. É preciso controlar (a propagação da doença nas prisões).”
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