A saúde do Rio Grande do Norte completou 50 dias de greve no primeiro dia do ano. Já estamos em 2018, mas têm servidores que ainda não receberam o salário de novembro do ano passado e nem o 13º salário.
A folha de dezembro nem se fala, só foi paga até agora aos servidores da ativa de órgãos da administração indireta e da educação, que têm recursos próprios. Os demais servidores, aposentados e pensionistas, contudo, continuam sem receber. O Governo anunciou que só deve concluir a folha, apenas no dia 30 de janeiro.
Em nota, o Sindicato do Servidores em Saúde do Estado (Sindsaúde–RN) afirma que “na reta final de 2017, o que os servidores ganharam foi apenas desprezo do governador Robinson Faria (PSD), demonstrando que não se importa com a vida dos servidores e nem de suas famílias.”
“Os trabalhadores e a população do Rio Grande do Norte estão vivendo dias cada vez mais dramáticos. Mergulhado no caos econômico, político e social, o RN se aproxima da situação em que se encontra o estado do Rio de Janeiro. Aqui, assim como em outros lugares do país, os efeitos da crise econômica também são descarregados nas costas dos trabalhadores”, diz o sindicato.
Os servidores públicos vêm amargando uma das maiores crises dos últimos anos. Desde janeiro de 2016, o governador Robinson Faria vem atrasando os salários do funcionalismo e o pagamento é feito de forma escalonada: primeiro recebem aqueles com salários mais baixos; depois, conforme entram recursos, os demais servidores. “O atraso no pagamento tem afetado as necessidades mais básicas dos trabalhadores, em especial os da saúde pública. Falta dinheiro para ir ao trabalho e até mesmo para se alimentar”, revela o sindicato
Endividados, com as contas atrasadas e sem dinheiro sequer para o transporte, alguns servidores públicos estão chegando ao limite e já começaram a faltar ao trabalho, a exemplo dos servidores da saúde. Alguns setores – como o centro cirúrgico do Walfredo Gurgel, foram fechados por falta de funcionários.
“Em meio ao caos e descaso do governo com a vida dos trabalhadores, duas categorias do funcionalismo têm dado exemplo de luta e resistência. Em greve há mais de um mês, os servidores da saúde e os professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte vêm realizando manifestações conjuntas e já enfrentaram a repressão policial e a truculência do governo por duas vezes. Já acamparam na Governadoria do Estado e também ocuparam a Secretaria de Planejamento. E nem mesmo as bombas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogêneo fizeram o movimento retroceder”, pontua o sindicato.
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