Rio Grande do Norte

Clínicas do RN estão há mais de 1 mês sem verba para hemodiálise

A falta de repasse do valor das sessões de hemodiálise no Rio Grande do Norte ameaça o tratamento de 2.080 pacientes renais originários de 148 municípios que recebem tratamento da Terapia Renal Substitutiva (TRS) para filtrar artificialmente o sangue. Estabelecimentos do estado ainda não receberam os repasses referentes aos serviços prestados em julho de 2019. O repasse era para ser feito até a segunda semana de agosto, mas, de acordo com as clínicas, é comum que a Secretaria de Saúde (Sesap) segure e atrase o pagamento. Mesmo com as dramáticas condições de recursos, as clínicas continuam atendendo pacientes com doença renal crônica.

O atraso no repasse do pagamento da TRS pelas Secretarias de Saúde estaduais e municipais aos prestadores de serviço, ao Sistema Único de Saúde (SUS) está entre os problemas recorrentes na nefrologia. Muitos gestores chegam a atrasar em mais de 30 dias o repasse após a liberação do recurso pelo Ministério da Saúde. De acordo com a legislação, o pagamento deveria ser feito em cinco dias úteis. No RN, 10 clínicas conveniadas ao SUS atendem os pacientes. Dessas, nove têm gestão mista e recebem os repasses do município e do estado, e uma recebe exclusivamente pelo estado – sendo que todas sofrem com o atraso.

O cenário é recorrente na Clínica de Doenças Renais (CDR) de Natal. José Euber, proprietário da clínica, afirma que o atraso coloca as clínicas em situação delicada: “Assim como nossos pacientes, estamos lutando para sobreviver. O estoque está curto e é cada vez mais complicado recorrer a empréstimos”. A situação prejudica o funcionamento de estabelecimentos de todo o estado: “Continuamos operando, mas isso graças às nossas reservas financeiras. No interior, a situação é ainda pior. Muitas clínicas menores passam dificuldades e precisam parar de pagar os fornecedores. Mas até quando o fornecedor vai trabalhar sem receber?”.

Frente ao cenário nefrológico atual, a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) luta constantemente pelo aumento da tabela do SUS e pelo fim dos atrasos de repasses, que agravam a situação da Terapia Renal Substitutiva. Além disso, a Associação reitera a importância de a Secretaria manter-se dentro do prazo legal da Portaria Ministerial quanto aos recursos do Fundo Nacional de Saúde destinados a nefrologia.

Yussif Ali Mere Jr., presidente da ABCDT, alerta autoridades e a sociedade do Rio Grande do Norte e de todo o país quanto às crescentes dificuldades de acesso ao tratamento essencial à vida destes pacientes: “Nossa maior preocupação está ligada à menor oferta de tratamento à população, uma vez que os pacientes dependem única e exclusivamente das sessões de hemodiálise para sobreviverem. A realidade que estamos vivendo na diálise no Brasil é absolutamente incompatível com o sucesso do tratamento.”

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.

Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

Permita anúncios para apoiar nosso site

📢 Desative o bloqueador de anúncios ou permita os anúncios em nosso site para continuar acessando nosso conteúdo gratuitamente. Os anúncios são essenciais para mantermos o jornalismo de qualidade.