O Governo do Rio Grande do Norte recebeu os diretores da Cascar Brasil Mineração para discutir o plano de investimento da empresa para extração de ouro em Currais Novos, denominado Projeto Borborema. O grupo de origem australiana estima iniciar as operações até o final de 2020, após ter recebido dia 22 de abril deste ano a licença de instalação emitida pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).
A governadora Fátima Bezerra dialogou diretamente com o diretor presidente da Cascar, o australiano Andrew Roberts, sobre os investimentos da empresa, que giram em torno de R$ 200 milhões apenas na fase inicial, e a perspectiva de geração de 200 a 300 empregos diretos na 1ª fase do empreendimento, além de outros 1500 empregos indiretos.
“A agilidade do Idema em conceder a licença de instalação proporcionará a gerar de empregos dignos para a população do Rio Grande do Norte, ainda mais importante por ser no interior do estado e à luz da tradição de mineração do Seridó. Nossa política de governo é desconcentrar a geração de empregos e o projeto Borborema conecta-se diretamente. O Governo do Estado está aqui para ser parceiro dos empreendedores, com diálogo e transparência, dando segurança jurídica e patrimonial”, destacou a governadora.
De acordo com o diretor presidente da Cascar Brasil, o projeto que vai recolocar Currais Novos no mapa mineral do país é o foco da empresa, que abriu mão de empreendimentos em outras regiões para concentrar esforços no RN. “Vamos trazer a expertise e o investimento da Austrália, mas os empregos serão todos voltados para o Brasil. Este é um trabalho de longo prazo e temos fé que ele tem tudo para ser lucrativo”, concluiu Andrew Roberts, que esteve acompanhado do diretor operacional Júlio Nery e a geóloga Jucieny Barros, responsável pelo projeto.
Além da licença de instalação, o Governo também já fechou acordo, por meio da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), para cooperar com o empreendimento. O processo de extração do ouro reaproveitará o esgoto tratado de Currais Novos, com a instalação de uma adutora de 30 km ligando a estação de tratamento da cidade até a mina. O empreendimento também contará com uma política de sustentabilidade, sem a utilização de metais pesados na exploração e beneficiamento do ouro e com a produção de rejeito seco.
O próximo passo da relação entre Governo e Cascar será a assinatura de um protocolo de intenções, que está em fase de finalização. Durante a reunião, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, relatou também o trabalho da gestão estadual para reformular o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (Proadi). “Dentro dos próximos 30 dias vamos apresentar a reformulação do Proadi, com novas alíquotas, incluindo um diferencial de benefício para as empresas que gerarem empregos no interior do estado, dentro da política de desenvolvimento sustentável”, afirmou o secretário.
Investimentos totais
Com investimento superior a R$ 300 milhões, o projeto prevê uma produção inicial de 900 mil toneladas por ano, podendo chegar no futuro a 4 bilhões, com geração de 390 empregos diretos dentro dos setores administrativos, de mineração e de beneficiamento do ouro.
A empresa vem desenvolvendo pesquisas minerais desde 2010, quando adquiriu os direitos minerários, na Fazenda São Francisco, para implantação de planta de beneficiamento de ouro com capacidade de processamento de 2 Mtpa (dois milhões de toneladas por ano). O Projeto Borborema consiste em três concessões de lavra cobrindo uma área total de 29,07 km².
A área já foi alvo de exploração de ouro, nas décadas de 1980-1990, pelas empresas Mineração Xapetuba e MGP Mineração e Agropecuário LTDA.
A operação está condicionada à conclusão da fase de instalação da mina que consiste na construção das estruturas, preparação dos acessos, dique, edificações e área de deposição de estéril/rejeito, bem como no atendimento das condicionantes ambientais.
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