Um trabalho investigativo que durou nove meses resultou na prisão de seis pessoas, sendo cinco policiais militares, durante a operação Os Intocáveis, desencadeada nesta quarta-feira (22), em Mossoró.
Os detidos, por força de mandados de prisão temporária, são suspeitos de integrarem um grupo de extermínio apontado como responsável pela morte de, pelo menos, 14 pessoas em Mossoró e cidades vizinhas.
A operação foi realizada por equipes da Força Nacional em conjunto com policiais civis e militares num total de 180 policiais além de contar com o trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e das Promotorias de Justiça de Mossoró.
Durante a ação, foram cumpridos mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão. Os policiais detidos foram Alex José de Oliveira, Edimar Gomes da Silva, Paulo César da Silva, Allan George de Menezes, e Renixon Felício da Silva. Além deles, foi detido também Italo Ross Soares Carvalho.
Em nota, as Associações Representativas de Oficiais e Praças repudiaram a operação policial deflagrada na quarta-feira (22). Confira a nota na íntegra:
Em virtude das reiteradas operações policiais deflagradas por setores da Polícia Civil que mancham o nome da gloriosa Polícia Militar do Rio Grande do Norte, as Associações Representativas de Oficiais e Praças vêem a público repudiar a operação policial deflagrada no dia 22 de junho de 2016, na cidade de Mossoró/RN, com o objetivo de prender apenas cinco policiais militares que são suspeitos de cometerem crimes.
Fazemos questão de deixar claro para a sociedade e autoridades que não somos contra qualquer tipo de investigação que envolva policiais militares, mas não podemos admitir que, para prender cinco homens, seja utilizado um efetivo de “guerra”, helicóptero e destruam residências dessas pessoas que tem profissão definida e endereço certo.
Não foi a primeira vez que a Polícia Civil em suas operações contra policiais militares agiu de modo a diminuir e humilhar toda a Polícia Militar. Em 2005, a Polícia Civil abordou uma guarnição da Polícia Militar que estava regularmente de serviço no bairro do Mirassol. Essa ação desastrada se deu por um equívoco na investigação, situação em que “pensaram” que aqueles policiais militares eram criminosos e estavam com drogas dentro da viatura. No entanto, estavam apenas trabalhando.
Em 2007, a Polícia Civil investigava policiais militares suspeitos de praticarem vários crimes. Naquela ocasião, abordaram esses policiais militares em frente à antiga Penitenciária João Chaves na zona norte. A ação desastrosa matou um cabo da Polícia Militar, sem que o mesmo tivesse disparado um único tiro contra os policiais civis. Nessa mesma ação, um policial de folga, que apenas passava pelo local, tomou um tiro no queixo e o único suspeito preso, posteriormente, foi absolvido. Devido ao constrangimento que a Polícia Civil causou a toda PMRN, o delegado geral da época pediu desculpas por aquele transtorno.
Agora, em 2016, para prender cinco policiais militares acusados de envolvimento com crimes, se faz uma verdadeira pirotecnia para passar a impressão de que a Polícia Civil do RN é uma instituição messiânica e que nela, somente nela, está a redenção da sociedade norte-rio-grandense.
Nós, que fazemos as Associações Representativas dos Militares Estaduais do Rio Grande do Norte, reiteramos que não defendemos nenhum dos nossos militares que se envolvam em crimes, ao contrário, exigimos que a lei seja aplicada com o máximo rigor, mas não podemos permitir que setores da Polícia Civil queiram transformar a simples prisão de cinco militares, prisão essa que facilmente seria cumprida por um oficial, como sendo a ocorrência do século XXI, tendo o senhor secretário de segurança pública declarado que essas prisões devem transmitir mais segurança a população de Mossoró e região. A cinematográfica operação em Mossoró tem o único objetivo de querer fazer crescer uma instituição, diminuindo e humilhando a outra.
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