Um novo boletim do InfoGripe, programa da Fiocruz, revela um cenário misto em relação às síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) no Brasil. Embora o número total de casos e óbitos esteja diminuindo, a situação exige atenção em algumas regiões e grupos populacionais específicos. Em 2024, foram notificados 158.788 casos de SRAG no país, resultando em 9.726 óbitos.
De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, “Nessa última atualização do Boletim InfoGripe a gente observa uma redução dos novos casos de SRAG no agregado nacional e também de redução ou estabilidade dos casos de SRAG na maioria dos estados no país“. Essa tendência positiva, no entanto, não se aplica uniformemente em todo o território brasileiro.
No Norte e Nordeste, o rinovírus se destaca como o principal agente causador de SRAG em crianças e adolescentes com até 14 anos. A Covid-19, por sua vez, continua a ser a principal preocupação entre a população idosa. Essa disparidade na distribuição dos vírus por faixa etária e região geográfica requer uma abordagem estratégica de vigilância e resposta sanitária.
A situação no Rio de Janeiro ilustra a complexidade do quadro. O estado tem registrado um aumento de casos de SRAG em quase todas as faixas etárias, com o rinovírus predominando entre crianças e adolescentes (até 14 anos) e a Covid-19 entre os idosos. Apesar disso, a Fiocruz destaca que “com exceção apenas da população idosa de 50 a 64 anos, os casos de SRAG no estado já apresentam sinal de desaceleração do crescimento“.
Embora as hospitalizações associadas ao rinovírus e à Covid-19 estejam em queda ou estabilidade na maioria do país, a persistência do rinovírus como agente causador de SRAG em crianças e adolescentes do Norte e Nordeste, e a situação no grupo etário de 50 a 64 anos no Rio de Janeiro, reforçam a necessidade de monitoramento contínuo da situação epidemiológica. As autoridades de saúde devem permanecer vigilantes, adaptando as estratégias de prevenção e controle conforme a evolução da situação em cada região e grupo populacional. Medidas de higiene, como a lavagem frequente das mãos e o uso de máscaras em ambientes fechados, continuam sendo fundamentais para minimizar a disseminação de vírus respiratórios.
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