O ex-deputado estadual do Rio de Janeiro, Natalino José Guimarães, conhecido como Natalino, foi preso nesta quarta-feira (10) em operação que investiga crimes de grilagem de terras em Armação de Búzios. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça, e mais seis pessoas foram presas junto com ele.
A Operação Nova Grilagem, conduzida pela Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital, cumpriu mandados em Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras e na capital fluminense. Ao todo, 12 indivíduos foram denunciados por crimes ambientais, parcelamento irregular do solo urbano e outros ilícitos. As investigações se iniciaram a partir de uma denúncia de invasões de terras por grupos armados na Estrada da Fazendinha, em Búzios, que, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), vinham ocorrendo desde 2020.
De acordo com o MPRJ, o grupo utilizava práticas violentas e fraudulentas para ocupar e comercializar terrenos. Seguranças armados intimidavam moradores e proprietários, enquanto o grupo desmatava áreas protegidas e promovia queimadas. O grupo utilizava ações judiciais desfavoráveis como justificativa para a invasão e posterior venda dos terrenos. A denúncia aponta que os líderes invadiam as terras, instalavam segurança 24 horas, loteavam e vendiam os terrenos.
O esquema criminoso envolvia uma empresa sediada em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, responsável pelo loteamento e venda das áreas invadidas. A denúncia afirma que lotes eram doados a pessoas ligadas à milícia em troca de serviços de segurança para as áreas.
Natalino Guimarães, juntamente com seu irmão Jerônimo Guimarães Filho (Jerominho), também ex-policial civil e vereador, são considerados fundadores da Liga da Justiça, apontada como a primeira milícia do Rio de Janeiro, atuando na zona oeste. A milícia utilizava o símbolo de um morcego para identificar casas que recebiam sua proteção. A Polícia Civil acusa o grupo de homicídios, extorsões, e comércio irregular de água e gás. Jerominho foi morto em uma emboscada em agosto de 2022.
A Liga da Justiça, cujo nome faz referência a um grupo de super-heróis, utilizava como símbolo o escudo do Batman, outro personagem de histórias em quadrinhos. Além dos irmãos Guimarães, o genro de Jerominho, conhecido como Batman, também participou da criação da milícia e está preso em um presídio federal por crimes relacionados.
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