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Polícia Federal indicia Bolsonaro e militares por tentativa de golpe

Ainda não há processo judicial, e citados ainda não são réus. PF afirma que grupo tramou um golpe e cogitou assassinar autoridades, em 2022, para evitar a posse de Lula e Alckmin.

A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros de sua gestão por crimes graves, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e formação de organização criminosa. O inquérito apura as ações que buscavam manter Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022 para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O indiciamento foi concluído no início da tarde e está documentado em um relatório de mais de 800 páginas, que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão final sobre a abertura de ações penais caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) e, posteriormente, ao próprio STF, que julgará os indiciados caso sejam formalmente denunciados.

Os indiciados

Além de Bolsonaro, outras figuras de destaque no cenário político e militar foram indiciadas pela PF:

  • General Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de candidato a vice na chapa derrotada em 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e policial federal;
  • Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro.

No total, o inquérito envolve 37 indiciados, incluindo civis e militares. Caso os acusados sejam condenados, as penas variam conforme os crimes:

  • Golpe de Estado: reclusão de 4 a 12 anos;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: reclusão de 4 a 8 anos;
  • Formação de organização criminosa: reclusão de 3 a 8 anos.

Entenda o indiciamento

O indiciamento significa que, no entendimento da Polícia Federal, há evidências concretas de envolvimento dos acusados na tentativa de subverter o processo democrático no país. No entanto, o procedimento ainda não implica culpa, já que a condenação depende de um processo judicial.

O processo agora seguirá para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode optar por apresentar uma denúncia, solicitar novas diligências ou até arquivar o caso.

Minutas do golpe e planos antidemocráticos

As investigações da PF destacaram documentos e estratégias articulados durante o período eleitoral e após a vitória de Lula. Entre os pontos de destaque estão:

  • Minutas do golpe, encontradas na casa do ex-ministro Anderson Torres e em dispositivos eletrônicos, como o celular de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Evidências de reuniões com comandantes militares para discutir a viabilidade jurídica de ações contra o resultado das eleições;
  • Descoberta de planos que incluíam até mesmo o assassinato de figuras de destaque, como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Os atos golpistas registrados em 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, também estão relacionados ao contexto de resistência ao governo eleito, mas são investigados em um inquérito paralelo.

Próximos passos

De acordo com o STF, o relatório da PF será analisado pelo ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, responsável por supervisionar a apuração. Moraes encaminhará as conclusões à PGR, que terá um prazo de 15 dias para se manifestar.

A Procuradoria-Geral da República poderá:

  1. Propor denúncia: formalizar a acusação e transformar os indiciados em réus;
  2. Solicitar diligências adicionais: pedir mais investigações para esclarecer pontos pendentes;
  3. Arquivar o caso, caso não veja elementos suficientes para prosseguir.

Se a denúncia for aceita pelo STF, os indiciados passam à condição de réus e enfrentarão um processo judicial. Esse processo inclui coleta de provas, interrogatórios e, ao fim, o julgamento pelos ministros do STF, que decidirão sobre a condenação ou absolvição.

Investigações em andamento

Desde o início das apurações, em 2022, a PF tem investigado não apenas ações individuais, mas uma possível rede de articulação envolvendo autoridades do alto escalão do governo Bolsonaro. A desconfiança sobre a integridade das urnas eletrônicas e ataques ao sistema eleitoral brasileiro foram combustíveis para essa crise.

A revelação de planos para eliminar adversários políticos marcou uma nova fase da investigação, indicando que as ameaças à democracia iam além de narrativas e incluíam ações concretas e violentas.

Policia Federal indicia Bolsonaro e militares por tentativa de golpe
Indiciamento de Bolsonaro por Golpe Chega ao STF: Veja os Detalhes – © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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