Uma operação policial conjunta no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, resultou em quatro feridos na terça-feira (3/12/2024). Denominada Operação Torniquete, a ação envolveu a Polícia Militar (PM), a Polícia Civil (PC) e o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, além de policiais civis do Pará e do Ceará.
O objetivo da operação era cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra membros do Comando Vermelho (CV) acusados de crimes como roubo de veículos e cargas. Segundo a polícia, em comunicado oficial: “A ação integrada tem como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra traficantes do Comando Vermelho (CV) responsáveis, entre outros crimes, por ordenar roubos de veículos e de cargas para financiar a ‘caixinha’ da organização criminosa, o que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma ‘mesada’ aos parentes de integrantes presos da facção e de lideranças do grupo. Segundo as investigações, é do Complexo da Penha de onde partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios”
As investigações apontaram uma significativa migração de líderes criminosos do Pará e do Ceará para o Rio de Janeiro, com muitos deles se estabelecendo no Complexo da Penha, que se tornou um importante centro de operações do CV. Após confrontos armados, os feridos foram encaminhados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas. Três receberam alta, enquanto um permanece em estado grave.
Impactos na Comunidade: A operação teve consequências significativas para a comunidade do Complexo da Penha. A Secretaria Municipal de Educação relatou que 16 unidades escolares foram afetadas. A interrupção das atividades escolares, o fechamento de postos de saúde e a suspensão do transporte público, com oito linhas de ônibus da Rio Ônibus com itinerários desviados (313, 621, 622, 623, 625, 679, 721 e 312), afetaram diretamente a rotina da população. Relatos indicam uma jovem gravemente ferida em um ponto de ônibus.
Preocupações da Alerj: A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) expressou preocupação com os impactos da operação. Em nota, a comissão declarou: “embora o combate ao crime organizado seja essencial para a segurança pública, é inadmissível que tais ações resultem em prejuízos profundos ao cotidiano das comunidades mais vulneráveis. Escolas e postos de saúde fechados, ônibus pararam de circular, e pessoas ficaram feridas, incluindo uma jovem gravemente baleada no ponto de ônibus. Essa situação expõe o impacto desproporcional sobre comunidades e favelas. A Comissão está acompanhando de perto os desdobramentos e cobra das polícias Civil e Militar transparência, responsabilidade e a adoção de estratégias que garantam a segurança de toda a população. Reiteramos que o combate ao crime deve estar alinhado com o respeito às garantias constitucionais”
A Alerj, portanto, além de registrar sua preocupação com os feridos e o impacto na população civil, exige transparência das forças policiais envolvidas e a implementação de estratégias que garantam a segurança de toda a população, respeitando os direitos constitucionais.
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