Uma megaoperação policial, denominada Operação Torniquete, resultou na prisão de 13 pessoas no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação, realizada na terça-feira (3 de dezembro de 2024), contou com a participação de cerca de 900 agentes das secretarias de Polícia Civil e Militar do estado.
O objetivo da operação era desarticular uma quadrilha ligada ao Comando Vermelho, facção criminosa atuante na região, especializada em roubos de cargas e veículos. Foram cumpridos 114 mandados de busca e apreensão em endereços associados à organização criminosa. Apesar do grande número de agentes, o impacto na rotina da população foi significativo, com o fechamento temporário de escolas e postos de saúde, além da interrupção do serviço de ônibus em algumas linhas. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj manifestou preocupação com os transtornos causados aos moradores.
A operação, que envolveu também o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), e policiais civis do Pará e do Ceará, resultou em um vasto arsenal apreendido, incluindo:
- 13 prisões;
- 23 veículos recuperados;
- Mais de 1 tonelada de drogas apreendida;
- Destruição de uma central de crimes financeiros e um local de refino de drogas;
- Apreensão de peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares e anotações do tráfico.
As investigações apontaram que o Complexo da Penha se tornou a principal base operacional do Comando Vermelho na região, com os lucros obtidos com os roubos financiando a compra de armas, munições e o pagamento de uma espécie de ‘mesada’ para familiares de membros presos da facção. Além disso, suspeita-se que os líderes do Complexo da Penha estariam por trás de ataques a grupos rivais para expandir seus territórios.
Os confrontos durante a operação resultaram em pelo menos seis feridos. Entre eles, uma jovem de 22 anos atingida nas costas em um ponto de ônibus, que passou por cirurgia de emergência e teve seu estado de saúde classificado como grave. Um aposentado e um ajudante de pedreiro também foram feridos, mas já receberam alta. De acordo com as autoridades, um criminoso envolvido nos confrontos faleceu em um hospital após ser atendido.
As identidades dos presos não foram divulgadas pelas autoridades. Investigações apontam para uma forte migração de lideranças criminosas do Pará e do Ceará para o Rio de Janeiro, com muitas delas escondidas no Complexo da Penha.
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