Brasil

Consórcio Nordeste recomenda cancelar o réveillon e o carnaval na região

Aglomerações podem intensificar a transmissão da variante Ômicron, alertam cientistas do Consórcio

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou, em boletim divulgado nesta sexta-feira, 3 de dezembro, o cancelamento das festividades de fim de ano (Natal e Réveillon) e do carnaval. Os cientistas do consórcio – que reúne os nove estados da região, manifestam preocupação com a proliferação da variante Ômicron e com a possibilidade de que novas cepas surjam.

Para a entidade, essas festas intensificariam a transmissão do coronavírus e poderiam resultar em nova onda da pandemia.

Além disso, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste pede que os governantes da região intensifiquem a vacinação para alcançar, o mais rápido possível, uma maior parcela da população com vacinação completa. O comitê ainda recomenda uma busca ativa das pessoas que ainda não receberam a segunda dose. Para isso, faz sugestões como o “uso dos agentes comunitários e ampliação dos locais de vacinação nas cidades em locais de grande circulação de pessoas“.

O texto ainda indica a aplicação da vacina nas escolas para atingir a maior cobertura de vacinação com a primeira e a segunda dose nos adolescentes. Sugere, ainda, o uso de viaturas como o carro da vacina, em analogia com o “carro do ovo” nas cidades onde se utiliza serviço de som.

Outras recomendação são a manutenção do uso obrigatório de máscaras faciais e outras medidas de proteção individual e coletiva, como a exigência do passaporte de vacina para entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol, e estabelecimentos do gênero, além do capital político de governadores e outros atores políticos para estimular a solidariedade internacional a desenvolver mecanismos que ampliem a vacinação globalmente, em especial nos países africanos.

Além das recomendações, o documento detalha a situação da pandemia nos Estados do Nordeste. O detalhamento por estados leva em consideração a situação atual e projeções numéricas avaliadas em 26 de novembro.

ALAGOAS: De acordo com o comitê, Alagoas apresenta indicadores de risco pandêmico e epidêmico de moderado a baixo. No entanto, o documento destaca que a ocupação de UTIs é de 20% e com estabilização da demanda de quantidade de leitos total e cobertura vacinal em 51,4% com 2a dose (49,5 MS). Diante disso, o comitê diz que ainda não existe segurança sanitária para atividades presenciais sem protocolos de distanciamento, proteção e testagem, principalmente, em grandes aglomerações como as de final de ano e Carnaval.

BAHIA: O documento destaca que o número de novos casos na Bahia está em um patamar elevado, em torno de 500 por dia. E ressalta que o número de óbitos diários (média de 10) supera os números de meados de outubro, quando estava em torno de 6, o que indica que a transmissão comunitária da pandemia ainda está presente. Desta forma, o comitê aponta grande preocupação para o possível impacto da realização das festas de final de ano e, a mais longo prazo, do carnaval.

CEARÁ: O comitê aponta que o Ceará apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos. E também afirma que não existe segurança sanitária para quaisquer atividades presenciais sem o rígido controle de protocolos de distanciamento, proteção sanitária, o que é muito difícil em situações de aglomerações.

MARANHÃO: Para o Maranhão, o comitê aponta que a situação no estado é de baixo risco epidêmico. Porém aponta que a Secretária de Saúde recomenda a não realização de carnaval em São Luís.

PARAÍBA: No caso da Paraíba, o documento diz que as previsões para novos casos e novas mortes continuam apontando evidência de estabilidade para os próximos 30 dias, mas que apesar dos dados animadores acerca da redução de casos e da vacinação, ainda não há segurança sanitária para realização de eventos com grande quantidade de público devido aos riscos de disseminação da Covid-19 e possibilidade da ocorrência de novas variantes. O documento aponta que o risco epidêmico permanece alto e a interiorização de casos continua, e por esta razão o risco de uma nova onda de casos ocorrer no Estado não deve ser descartado.

PERNAMBUCO: Pernambuco apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico de moderado a alto. Com isso, o comitê diz que ainda não existem argumentos com base científica para quaisquer atividades presenciais que gerem aglomerações que invariavelmente violam os protocolos de segurança sanitária.

PIAUÍ: O Piauí apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos. E segundo o documento divulgado pelo comitê, no momento, não se tem segurança sanitária para liberações de atividades presenciais como festas de final de ano e carnaval. A taxa de infecção do Piauí está em 86/100.000 habitantes.

RIO GRANDE DO NORTE: O Rio Grande no Norte apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos. E assim como a maioria dos estados da região, ainda não apresenta segurança sanitária para quaisquer atividades presenciais como festas de final de ano e Carnaval possam ocorrer sem o perigo de uma nova onda ou novas variantes do Sars-cov-2.

SERGIPE: De acordo com o comitê, a intensidade da pandemia em Sergipe vem se mantendo em níveis bastante baixos desde meados do mês de outubro, mas apesar disto, o documento aponta que há a preocupação para o possível impacto da realização das festas de final de ano e, a mais longo prazo, do carnaval.
No estado, não está autorizada a realização de eventos públicos na virada do ano. Já para os eventos particulares, durante o período de 17 de dezembro a 09 de janeiro de 2022, fica permitido o limite máximo de 5 mil pessoas em ambientes externos e de 3 mil em internos, mediante projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O público deve estar vacinado com as duas doses e apresentar teste negativado pra Covid-19, que tenha sido realizado 48h antes do evento. A realização do carnaval não está definida no estado.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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