Brasil

Câmara aprova lei que limita uso de celulares em escolas

Deputados aprovam projeto de lei que restringe o uso de dispositivos eletrônicos portáteis, principalmente celulares, em escolas públicas e privadas de ensino infantil e médio. A proposta, o Projeto de Lei 104/2015, foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados por 45 votos a 14 e segue agora para o Senado.

De acordo com o texto aprovado, o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos será permitido apenas para fins pedagógicos, sob supervisão dos professores. Exceções incluem o uso para garantir acessibilidade, inclusão, atendimento a condições de saúde ou a garantia de direitos fundamentais dos alunos.

O relator do projeto, deputado federal Renan Ferreirinha (PSD-RJ), defendeu a medida como “necessária e adequada”, argumentando que o uso indiscriminado de celulares prejudica a atenção dos alunos. Ele citou sua experiência na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, onde a medida já foi implementada com resultados positivos, incluindo aumento da concentração e do foco dos alunos e um estímulo às interações sociais na escola.

O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), autor original do projeto, explicou sua motivação: “O fiz na condição de avô. Porque não sou professor, mas pensei: se o aluno falar com o coleguinha do lado, o professor chama a atenção dele, mas se ele ficar com a tela do celular aberta, na internet, não tem problema? Qual a chance do professor passar o conteúdo?”. Ele defendeu o uso de tecnologia como complemento do aprendizado, e não como um substituto para a interação social e o aprendizado tradicional.

Entretanto, a proposta gerou controvérsia. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) criticou a interferência do governo em decisões que, para ela, deveriam ser tomadas em âmbito estadual e municipal. Ela argumentou que a proposta ignora as diferentes realidades de cada região e impõe uma regra única, defendendo que as escolas deveriam ter autonomia para definir suas próprias normas sobre o uso de celulares.

Outros deputados contrários à proposta destacaram o uso do celular como ferramenta para registrar possíveis abusos por parte de educadores, argumentando que alunos poderiam gravar situações de doutrinação ou assédio. A deputada Bia Kicis (PL-DF) reforçou esse argumento, afirmando que o celular é, para muitos alunos, “a única arma para se proteger”.

O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), inicialmente contrário, mudou sua posição após as alterações no texto do projeto, destacando o artigo 4 que garante o direito ao uso de celulares para garantir direitos fundamentais, incluindo a possibilidade de gravar situações de abuso. No entanto, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) contrapôs, lembrando que a Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de aprendizado, e questionou a ausência de regulamentação sobre gravações de professores sem autorização.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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