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Como funcionam os testes de segurança em veículos comercializados no Brasil?

Antes de chegarem às concessionárias, os automóveis passam por um processo rígido de planejamento, definição e desenvolvimento.

A homologação faz parte desse processo e é necessária para que o carro possa ser comercializado de forma regular no país.

Dentre os aspectos considerados para que o carro esteja apto a rodar, estão alguns como o nível de emissão de ruídos e poluentes, que não pode exceder o limite determinado pelo IBAMA, tendo em vista a redução e controle da contaminação atmosférica, e a segurança veicular ativa ou passiva, realizada pelo DENATRAN.

Essa segurança diz respeito a dois recursos tecnológicos que, juntos, se complementam e têm a finalidade de manter os ocupantes de qualquer veículo seguros.

Há a segurança ativa e a passiva. O primeiro aspecto compreende itens que são inseridos no veículo com o propósito de evitar possíveis acidentes, tais como a buzina, os retrovisores, tração, freio ABS etc.

Já a segurança passiva trata-se de equipamentos inseridos com o intuito de minimizar os danos de um acidente, tais como airbag e cinto de segurança.

O teste de segurança apresenta aspectos relacionados ao veículo que podem lhe fazer repensar ou afirmar a compra. Tudo depende da avaliação que cada quesito do veículo recebe ao passar por uma análise específica.

Como funcionam os testes de segurança no Brasil

A avaliação em segurança é feita a partir do número de estrelas atribuídas à capacidade do veículo em manter os ocupantes, adultos e crianças, seguros.

Essa nota advém de um método de ensaio reconhecido internacionalmente e realizado pela Latin NCAP, programa independente de avaliações sobre os níveis de proteção de veículos existentes no mercado.

São avaliados três quesitos mais relevantes, sendo 0 a nota que indica falta total de segurança no quesito analisado e 5 o máximo de proteção oferecida pelo veículo.

As qualificações de segurança são baseadas na avaliação de proteção dos ocupantes adultos, dos ocupantes crianças e da segurança ativa ou primária – itens de segurança do veículo.

Testes de impacto frontal

teste de seguranca em veiculos impacto frontal 1

O carro é submetido a testes de impacto frontal a 64km/h e lateral a 50km/h, em uma simulação que pretende reproduzir os tipos de colisões mais frequentes em acidentes graves ou mortais.

A velocidade exercida para o teste é representada por uma colisão entre veículos que trafeguem em torno de 55km/h.

Essa reprodução é feita a partir da colisão do veículo com um bloco imóvel deformável. Dentro do carro, são colocados car crash dummies, bonecos que representam os seres humanos, adultos e as crianças.

Na parte dianteira, são utilizados dois dummies representando homens de tamanho médio no banco do motorista e no banco do carona. Na parte traseira, na cadeirinha de retenção infantil no banco traseiro, dois dummies representando crianças de 18 meses e três anos.

Esse teste é realizado com o objetivo de simular um impacto frontal entre os veículos, já que a maioria das colisões envolve a parte da frente dos carros.

Teste de impacto lateral

Os impactos laterais também compreendem um índice alto de acidentes com lesões graves e fatais.

Nesse caso, a avaliação de segurança é feita mantendo o veículo em posição linear e impulsionando a 50km/h uma barreira deformável sobre um carrinho, que sofrerá impacto com o veículo em teste.

A quantidade e características dos dummies seguem os mesmos padrões das utilizadas para a realização do teste de impacto frontal, tanto com relação aos bonecos que representam os adultos como aos que representam as crianças.

Teste de impacto lateral de poste

Recentemente considerado para a verificação de segurança, o teste de impacto lateral de poste consiste em medir o nível de proteção, lançando, pela lateral em direção ao veículo, a 29km/h, um mastro rígido e estreito.

Nesse teste, o dummie utilizado tem tamanho médio e está localizado no assento do motorista, representando uma pessoa adulta.

A proteção infantil é avaliada nos testes de colisão frontal e lateral e vinculada ao comportamento dinâmico do Sistema de Retenção Infantil (SRI) e à capacidade do veículo de instalar o dispositivo de forma que bebês e crianças estejam seguros em um acidente.

Segurança ativa ou primária

A avaliação dos equipamentos de segurança primária ou ativa é baseada em três aspectos fundamentais para a garantia de boa qualidade.

Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC)

Esse sistema é avaliado por meio de testes, como manobra evasiva com dupla mudança de pista e manobra em que o veículo muda de pista em dois momentos.

É avaliada, nesse caso, a habilidade de deslocamento lateral do veículo, estabilidade e capacidade de fazer um traçado linear.

Lembrete do Uso do Cinto (SBR)

A probabilidade do motorista e demais ocupantes do veículo utilizarem os cintos de segurança aumenta consideravelmente se houver, no carro, um indicativo com o lembrete.

Atualmente, esse item ainda é dispensável na parte traseira dos veículos, mas, de acordo com a regulamentação universal das Nações Unidas, futuramente, o lembrete não constará apenas na parte dianteira dos automóveis.

Sistema Antibloqueio de Freios (ABS)

O sistema ABS evita o bloqueio instantâneo das rodas no caso de frenagem. O sistema acompanha o movimento das rodas frente uma frenagem. Assim que uma se bloqueia, o freio ABS libera pressão de forma que a roda possa voltar a girar.

Atualmente, apenas duas montadoras realizam testes de segurança no país. As demais enviam os veículos produzidos a associações independentes, como a Latin NCAP.

Todos os testes, apesar de não haver um padrão entre eles, permitem identificar em quais itens o veículo precisa de reforço ou adequação de modo a garantir mais segurança e menos danos aos ocupantes no caso de haver um acidente.

A ideia é que, a partir das avaliações, os fabricantes possam melhorar aspectos de qualidade dos veículos, visando à proteção dos seus ocupantes.

Basicamente, por meio da performance obtida e dos resultados observados, é calculada a nota geral do veículo.

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