Engana-se quem pensa que a discriminação racial acontece apenas com seres humanos. Os animais também sofrem preconceitos. No Dia da Discriminação Racial, 21/03, a Pet Model Brasil – agência de modelos pets – faz um alerta contra cães da raça Pitbull e gatos pretos. Seja na hora da adoção ou em uma seleção para campanhas publicitárias, a discriminação está presente e atinge os animais.
De um lado, o Pitbull é associado a braveza e casos de agressividade, sendo considerado um cachorro perigoso e menos dócil. Já o gato preto sofre com o preconceito e virou símbolo do azar, além de ser alvo de rituais e superstições. Em seleções para campanhas publicitárias, estes animais são menos cotados para jobs. “Foi criado um conceito de que Pitbulls são agressivos, não servem para se relacionar com humanos. No entanto, são cachorros dóceis, basta ter criação com carinho igual a todos os animais”, afirma a diretora da Pet Model Brasil, Deborah Zeigelboim.
Patrícia Monteiro, que é tutora do Kyller, um Pitbull de 15 anos agenciado pela Pet Model, é um exemplo de animal que sofre preconceito. Segundo ela, o cachorro sofre discriminação desde que tinha 40 dias, quando os tutores foram convidados a se retirar de um apartamento por conta da raça do animal.
“É difícil mudar o conceito das pessoas sobre determinados assuntos, principalmente quando a mídia retrata somente o lado negativo. Todos que vêm a minha casa com receio do Kyller, saem com uma opinião diferente. Para mudar esse mau julgamento, só mostrando a realidade para os mais céticos”, afirma.
Kyller foi educado e cresceu com os dois filhos de Patrícia, um de 9 anos e outro de 7. Segundo a tutora, o Pitbull convive com crianças, adultos e até outros animais de maneira extremamente dócil e tranquila.
“Se você treinar um cão, de qualquer raça, para ser agressivo, ele será. Se tratá-lo com amor e o devido respeito, ele será seu eterno companheiro”, explica.
Discriminação na hora de adotar
Quando se trata de adoção, os animais também sofrem preconceito pela sua cor, raça ou histórico. De acordo com um levantamento realizado pela ONG Catland, de cada 20 gatos adotados apenas 1 é preto. Segundo a fundadora da ONG, Perla Poltronieri, esta mistificação acontece há anos e se trata de um processo histórico. “Foi criado um mito de que o gato preto dá azar, gerando diversas superstições e rituais com o animal, incluindo sextas-feiras 13. Por isso, esses bichanos são os últimos a serem adotados”, relata.
O mesmo cenário acontece na publicidade: gatos pretos também são menos procurados. “Quantos gatos com esta pelagem vemos em comerciais ou produções televisivas? Quase nenhum. Se vemos, ele é retratado de maneira que a discriminação racial seja reforçada”, reforça Deborah.
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