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Câmara deve enfrentar polêmica ao discutir auxílio-moradia

A Câmara dos Deputados irá esperar passar o Carnaval e encerrar a discussão da reforma da Previdência para levar a plenário a regulamentação do auxílio-moradia concedido a servidores dos três Poderes. A previsão do presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, é que a proposta seja colocada em discussão já em março.

No mesmo mês, o Supremo Tribunal Federal deve se posicionar sobre o tema. A polêmica do auxílio-moradia, concedido a funcionários do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, voltou à tona este ano. Magistrados que recebiam o benefício, além de quase R$ 30 mil de salário, começaram a reclamar do corte do auxílio. Mesmo tendo imóvel próprio na cidade onde trabalham.

O juiz Marcelo Bretas, que cuida da Operação Lava Jato no Rio, e a esposa dele, por exemplo, também do Judiciário, recebem auxílio-moradia cada um. Morando na mesma casa. Outro herói anti-corrupção que não abre mão de receber o auxílio-moradia, mesmo tendo casa própria a poucos quilômetros do trabalho, é Sergio Moro. Sua justificativa, ao se defender, foi de que o benefício compensa a falta de reajuste dos seus vencimentos desde 2015.

Os penduricalhos, como são chamados os complementos incorporados à remuneração bruta dos servidores, acabam por encorpar os rendimentos no final do mês, e extrapolam o teto salarial R$ 33.763, que é o salário de um ministro do Supremo. De acordo com Rodrigo Maia, está na hora de se fazer a regulamentação e discutir o assunto na Câmara. Mas separando o joio do trigo.

“Tem parte desses auxílios que fazem sentido. Então a gente precisa separar o que que pode ser, vamos assim, o excesso, e o que que é legítimo para o exercício de uma função ou de um mandato. Tem a lei para resolver isso. Nós vamos discutir isso. De que forma que isso precisa existir. Eu pessoalmente acho que, com a moradia fixa, moradia patrimônio fixo aqui, uma propriedade fixa, talvez ter o auxílio-moradia não seja necessário”.

Na Câmara, os deputados que optam por não ocupar um dos 432 apartamentos funcionais da Casa têm direito a receber um auxílio-moradia de até R$ 4.253. O valor pode ser pago mediante comprovação em nota fiscal ou em espécie, sem comprovação de nenhum documento, mas com desconto de 27,5% da alíquota do Imposto de Renda. Já os senadores podem receber até R$ 5.500 de auxílio moradia. No Judiciário, o valor é próximo a R$ 4.300.

De acordo com um levantamento da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado, a União gastou, somente em 2017, aproximadamente R$ 817 milhões com o pagamento de auxílio-moradia nos três Poderes. Se contabilizado nos últimos oito anos, o impacto financeiro desse penduricalho foi de mais de R$ 4,3 bilhões nos cofres públicos. Enquanto isso, o governo tenta aprovar a reforma da Previdência para conter a falta de recursos da União.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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