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Lula é condenado por unanimidade a 12 anos de cadeia

(ANSA) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 72, foi condenado nesta quarta-feira (24), em segunda instância, a 12 anos e um mês de prisão no processo referente a um apartamento triplex no Guarujá (SP). A pena é quase três anos maior do que a que havia sido definida pelo juiz Sérgio Moro em primeiro grau, em julho de 2017.

O caso foi julgado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que também aplicou ao petista uma sanção de 280 dias-multa, considerando o valor de cinco salários mínimos por dia-multa.

Além disso, os juízes concordaram que Lula já pode ser preso após o fim da tramitação do processo no TRF-4 – a defesa ainda pode apresentar embargos de declaração, que são pedidos de explicação sobre determinados pontos da sentença, que não será alterada.

O primeiro a expressar seu voto foi o relator do processo, o desembargador João Pedro Gebran Neto, que manteve as condenações pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro referentes ao triplex, mas elevaram a pena dada por Moro, que era de nove anos e meio de cadeia e multa de R$ 669,7 mil.

O voto foi acompanhado pelos outros dois desembargadores, Leandro Paulsen e Victor dos Santos Laus. No entanto, os três juízes absolveram o ex-mandatário dos delitos de corrupção e lavagem de dinheiro relativos ao pagamento de R$ 1,3 milhão feito pela empreiteira à empresa Granero para armazenar seu acervo presidencial.
Em 2017, Moro tinha condenado Lula por ter recebido o apartamento triplex 164 A, no edifício Salinas, condomínio Solaris, como forma de favorecimento à OAS Empreendimentos em contratos com a Petrobras. O Ministério Público Federal (MPF) queria o aumento da pena, enquanto a defesa pedia a absolvição de Lula.

O ex-presidente acompanhou o julgamento na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

Sessão – O julgamento começou por volta de 8h30, sob forte esquema de segurança, com a apresentação do relator, que levou 27 minutos. Em seguida, o procurador regional da República Mauricio Gerum listou os argumentos da acusação.

“Se esta corte absolver o ex-presidente Lula, a Justiça será feita. Se essa corte condenar Lula, a Justiça também será feita”, disse Gerum, defendendo a “legitimidade do Estado de Direito em um país democrático”.

Ele também criticou o que chamou de “maior esquema de corrupção da história do Brasil”. “Então, o que nós temos aqui? Um presidente da República que nomeia diretores de uma estatal que engendram, juntamente com o clube das empreiteiras, o maior esquema de corrupção da história do Brasil.” “Lamentavelmente, Lula se corrompeu. Embora a defesa insista no ato de ofício para configuração do crime de corrupção, vale lembrar que essa questão já foi superada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão”, acrescentou.

O pronunciamento do procurador foi seguido pelo de René Dotti, advogado assistente de acusação da Petrobras. “O caso tem provas diretas e indiretas. O processo revela duas ilhas de um grande arquipélago, de corrupção e lavagem de dinheiro”, disse, acrescentando que a petrolífera sofreu um “atentado gravíssimo contra o patrimônio”. “A Petrobras é um dos símbolos da história do nosso país e foi vítima de uma refinada organização criminosa, sofisticada e profissional”, reforçou.

Um dos pronunciamentos mais aguardados foi o do advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula. Ele argumentou que não há provas de que o triplex pertence ao ex-presidente, além de indicar que o processo contra o petista tem “motivação política” e “nasceu em um powerpoint”.

“O triplex não é do ex-presidente Lula. O triplex pertence e sempre pertenceu à OAS Empreendimentos, é o que consta no cartório de registro de imóveis”, declarou. “O ex-presidente jamais recebeu as chaves, nunca passou um dia [no apartamento], sequer uma noite. Não venha me dizer, Ministério Público, que uma reportagem do jornal ‘O Globo’ transfere a propriedade”, completou, referindo-se às denúncias da imprensa de que o imóvel pertence a Lula.

Zanin também comentou que a defesa não teve oportunidade de produzir provas durante o julgamento com Moro e que “há uma completa distorção sobre a vantagem indevida” citada na sentença em primeira instância. “Peço que não se deixe a história fazer justiça”, apelou o advogado à corte. (ANSA)

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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