(ANSA) – Ao reivindicar o assassinato de um padre dentro de uma igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray, na França, o grupo extremista Estado Islâmico cruzou a linha vermelha e concretizou um atentado contra um símbolo católico no coração da Europa, após quase dois anos de ameaças a cristãos ocidentais.
A ação ocorreu em perfeita sintonia com atos praticados pelo Estado Islâmico em outras partes do mundo e em regiões na Síria e no Iraque, onde o grupo estabeleceu seu califado.
Frequentemente, os membros do EI, também chamado de Daesh (em árabe) e Isis (em inglês), perseguem cristãos e derrubam lugares de culto. Ainda assim, o maior número de vítimas do terrorismo jihadista é de muçulmanos que não seguem a vertente sunita de interpretação do Alcorão do Estado Islâmico. O grupo também já matou ímãs e xeques que eram mediadores de conflitos. Mas o Estado Islâmico nunca tinha violado a sacralidade da Igreja Católica dentro da Europa, como ocorreu hoje na França, quando dois homens degolaram o padre Jacques Hamel, de 86 anos, durante uma missa.
O grupo assumiu o ataque através de um texto publicado por sua agência de notícias, a Aamaq, no qual faz referência sobre a necessidade de “atingir os países da coalização” internacional que bombardeia a Síria e o Iraque.
Desde os atentados de 13 de novembro em Paris, quando o EI matou 130 pessoas, a França está na linha de frente dos ataques aéreos contra o grupo terrorista. Logo após o Estado Islâmico tomar Mosul e o norte do Iraque, onde fundou seu califado em julho de 2014, o líder Abu Bakr al-Baghdadi anunciou que conquistaria “Roma e o mundo inteiro”, enquanto, nas redes sociais, os jihadistas prometiam hastear suas bandeiras no Vaticano.
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