(ANSA) – O procurador do Ministério Público (MP) Carlos Fernando dos Santos Lima disse, em coletiva de imprensa hoje, dia 4, que a investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teve “nenhuma motivação política” e que era “necessário” ouvi-lo em meio à Operação Lava Jato.
De acordo com Lima, não existe “maniqueísmo que oriente a PF que não seja o legal versus o ilegal”. Ele admitiu, no entanto, que o Brasil anda muito polarizado. “Qualquer um no Brasil está sujeito a ser investigado”, disse, acrescentando que o conjunto de indícios contra Lula é “bastante significativo”.
Lima explicou que a investigação quer comprovar ou não a participação de Lula no esquema de corrupção dentro da Petrobrás. Ainda segundo ele, a nova etapa da operação não tem relação com a suposta delação de Delcídio do Amaral publicada recentemente pela revista “IstoÉ”.
[xtopic title=”veja também:” layout=”1″ alignment=”left” count=”3″ condition=”latest” order=”DESC” tags=”” featured=”0″ ids=”43403,43413,43409″ cats=””]
Segundo a revista, o senador fez um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Nela, o petista teria dito que Dilma Rousseff e o ex-presidente tentaram interferir nas investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras e que os dois sabiam do esquema na estatal. Na tarde de ontem, no entanto, a equipe do parlamentar divulgou uma nota dizendo que não confirma a autenticidade dos documentos citados pela revista. “Há indicativo de vazamento de informações vamos investigar isso porque prejudicam as investigações”, disse Lima, acrescentando que os envolvidos serão presos e processados.
O procurador esclareceu que “não houve pedido de prisão de Lula ou da ex-primeira-dama Marisa Letícia”, mas que ela está envolvida nas investigações, na medida que está ligada a muitos dos nomes investigados. Dilma, por sua vez, não é investigada na Operação Lava Jato em Curitiba.
Segundo o procurador, 60% das doações destinadas ao Instituto Lula estão ligadas às cinco maiores empreiteiras investigadas no âmbito da Lava Jato. Ainda de acordo com ele, essas mesmas empresas pagaram cerca de 57% das palestras dadas pelo ex-líder.
Lima explicou que houve mandado de condução coercitiva para evitar manifestações. “Não havia como não fazer” isso, “se tivéssemos marcado com antecedência, havia um risco maior de segurança”.
Em Curitiba, Roberto Lima, auditor fiscal da Receita Federal, disse que Lula recebeu a polícia tranquilamente, “sem nenhum tipo de oposição”. O ex-presidente se encontra prestando depoimento na sede da PF no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.