O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). A decisão, proferida em primeira instância pela juíza Maria Umbelina Zorzetti da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, o condena por abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024. A sentença também cassou o registro da candidatura de Sandro Mabel, prefeito eleito de Goiânia, que recebeu apoio de Caiado.
A denúncia, apresentada pela coligação do candidato derrotado Fred Rodrigues (PL), alegou que Caiado utilizou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para promover eventos de campanha em favor de Mabel nos dias 7 e 9 de outubro, após o primeiro turno. Os eventos contaram com a presença de vereadores eleitos e lideranças políticas da capital goiana.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) se posicionou a favor da condenação. A defesa de Caiado, composta pelos advogados Alexandre Alencastro Veiga Hsiung e Anna Vitória Gomes Caiado, contestou a decisão, afirmando em nota que: “O evento apurado na ação, ocorrido na residência oficial do governador, teve como propósito homenagear os vereadores eleitos em Goiânia e iniciar uma relação institucional entre o Executivo estadual e o Legislativo municipal. Não houve, na ocasião, nenhum caráter eleitoral: não se pediu voto, não foram mencionadas eleições e não havia adereços de campanha”. A defesa argumenta que, caso houvesse ilícito, a pena seria, no máximo, uma multa.
Sandro Mabel também recorrerá da decisão. Sua defesa, representada pelos advogados Dyogo Crosara, Talita Hayasaki e Wandir Allan, considera a análise da juíza baseada em “premissas equivocadas”, incompatíveis com a jurisprudência do TRE-GO e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em nota, a defesa afirma que a reunião no Palácio das Esmeraldas foi uma “reunião política realizada na residência do governador, sem desvio de finalidade ou mesmo sem a gravidade que justifique o desfecho apresentado na sentença”.
Apesar da inelegibilidade, o mandato de Caiado, que se estende até 2026, não é afetado. A sentença ainda pode ser recorrida ao TRE-GO e, posteriormente, ao TSE. Até o trânsito em julgado, Mabel e sua vice, Coronel Cláudia (Avante), podem tomar posse.
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