O Rio Grande do Norte continua liderando um índice preocupante no cenário educacional brasileiro. Dados divulgados no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024 revelam que o estado apresenta a maior taxa de abandono escolar do Ensino Médio em 2023, atingindo 9,1%.
Essa taxa é alarmante quando comparada à média nacional de 3,8%, mostrando que, apesar de avanços nos últimos anos, o estado ainda enfrenta sérios desafios para garantir a permanência dos jovens na escola.
Essa situação reflete não apenas problemas estruturais, mas também sociais e econômicos que afetam diretamente a capacidade de muitos jovens de continuarem seus estudos. Ao lado do abandono escolar, o aumento das taxas de reprovação no estado reforça o alerta sobre a qualidade e a eficiência do sistema educacional potiguar.
Estado | Aprovação (%) | Reprovação (%) | Abandono (%) |
---|---|---|---|
Brasil | 90,5 | 5,7 | 3,8 |
Amapá | 85,5 | 9,3 | 5,2 |
Acre | 87,2 | 6,5 | 6,3 |
Amazonas | 89,3 | 6,3 | 4,4 |
Pará | 98,8 | 0,9 | 0,3 |
Rondônia | 90,7 | 5,1 | 4,2 |
Roraima | 87,6 | 7,9 | 4,5 |
Tocantins | 94,5 | 3,6 | 1,9 |
Alagoas | 93,4 | 3,8 | 2,8 |
Bahia | 91,1 | 3,6 | 5,3 |
Ceará | 96,8 | 1,0 | 2,2 |
Maranhão | 92,3 | 4,3 | 3,4 |
Paraíba | 84,2 | 8,3 | 7,5 |
Pernambuco | 94,9 | 4,2 | 0,9 |
Piauí | 96,5 | 1,4 | 2,1 |
Rio Grande do Norte | 77,4 | 13,5 | 9,1 |
Sergipe | 88,3 | 8,7 | 3,0 |
Espírito Santo | 95,2 | 3,0 | 1,8 |
Minas Gerais | 86,8 | 7,7 | 5,5 |
Rio de Janeiro | 80,8 | 14,1 | 5,1 |
São Paulo | 92,4 | 4,3 | 3,3 |
Paraná | 96,3 | 3,0 | 0,7 |
Rio Grande do Sul | 81,0 | 10,6 | 8,4 |
Santa Catarina | 81,4 | 13,6 | 5,0 |
Distrito Federal | 84,6 | 11,6 | 3,8 |
Goiás | 97,9 | 1,4 | 0,7 |
Mato Grosso | 96,2 | 1,6 | 2,2 |
Mato Grosso do Sul | 86,5 | 9,5 | 4,0 |
Desafios enfrentados pelo RN no abandono escolar
Os 9,1% de abandono escolar registrados no Rio Grande do Norte em 2023 representam uma diminuição significativa em relação aos 16,6% de 2013. No entanto, essa queda de 7,5 pontos percentuais ainda não foi suficiente para retirar o estado da liderança no ranking nacional de abandono escolar. Entre os fatores que explicam essa persistência estão:
- Fatores socioeconômicos: Muitas famílias potiguares enfrentam dificuldades financeiras, o que leva os jovens a deixarem os estudos para buscar trabalho ou ajudar nas despesas domésticas.
- Falta de infraestrutura educacional: Escolas sem recursos adequados, como transporte, merenda e suporte pedagógico, desestimulam a permanência dos alunos, especialmente em áreas rurais.
- Desigualdade regional: Disparidades entre a zona urbana e rural dificultam o acesso de estudantes em localidades mais isoladas.
Segundo o anuário, a taxa de reprovação também reforça os desafios do estado. Enquanto a média nacional para reprovação é de 5,7%, o Rio Grande do Norte apresenta uma taxa de 13,5%, sendo uma das mais altas do país.
Panorama nacional: avanços e desigualdades
No Brasil como um todo, os números de abandono escolar mostram avanços expressivos. A média nacional caiu de 9,2%, em 2013, para 3,8%, em 2023. Essa redução demonstra o impacto positivo de programas educacionais como o Novo Ensino Médio e iniciativas que buscam a permanência dos alunos.
Estados como Pará e Ceará lideram entre os melhores desempenhos, com abandono escolar de 0,3% e 2,2%, respectivamente. Ambos os estados são referência em políticas públicas educacionais, com foco na redução da evasão escolar e no aumento da qualidade do ensino.
Já estados como o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro também apresentam números preocupantes, com abandono de 8,4% e 5,1%, respectivamente. Esses dados reforçam que, mesmo com avanços gerais, algumas regiões ainda enfrentam desafios persistentes.
Impacto do abandono escolar
O abandono escolar afeta diretamente o desenvolvimento social e econômico de um estado. Jovens que deixam a escola estão mais vulneráveis ao desemprego e a condições de trabalho precárias. Além disso, o impacto na sociedade é significativo, pois a evasão escolar contribui para a manutenção do ciclo de pobreza e desigualdade.
A taxa de abandono no Rio Grande do Norte evidencia a necessidade de intervenções urgentes. Especialistas defendem medidas como o aumento do investimento em programas de permanência escolar, a ampliação do acesso ao ensino técnico e profissionalizante, além do fortalecimento de parcerias com a sociedade civil para garantir que os jovens tenham oportunidades além da sala de aula.
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