A Câmara dos Deputados realiza nesta terça-feira (3) uma audiência pública para discutir as eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em julho deste ano. O debate, marcado para as 14h30 no plenário 3, foi proposto pelo deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) e pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), e contará com a presença de políticos venezuelanos e representantes de entidades internacionais.
O foco central da audiência são as denúncias de irregularidades e fraudes que cercaram o processo eleitoral venezuelano. O deputado Bragança, um dos proponentes da audiência, afirma que a eleição presidencial foi marcada por diversas irregularidades e que “Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral, mas as atas eleitorais não foram divulgadas na sua totalidade”, criticando a falta de transparência.
A oposição venezuelana também contesta os resultados, reforçando as alegações de falta de transparência na divulgação das atas e apontando para diversas irregularidades durante o processo. O deputado Redecker destaca a posição do Centro Carter, organização internacional com sede em Atlanta (EUA) e com extensa experiência no monitoramento de eleições, que já acompanhou 124 eleições em 43 países. Segundo Redecker, “No dia 30 de julho, o Centro Carter emitiu uma nota elencando as fraudes cometidas antes, durante e após as eleições [na Venezuela]”.
A audiência desta terça-feira segue debates anteriores sobre o tema na Câmara. Na semana passada, os deputados ouviram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que declarou que as divergências entre Brasil e Venezuela não justificam o rompimento das relações diplomáticas. Vieira argumentou que a Venezuela possui uma extensa fronteira com o Brasil na Amazônia e detém a maior reserva de petróleo do mundo, fatores que reforçam a importância da manutenção do diálogo e das relações diplomáticas.
Outro importante depoimento anterior foi o do assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, que enfatizou que “Estamos acompanhando de perto esse processo político, mas a solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos”.
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