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Mossoró Oil & Gas Energy 2024: Integração Energética em foco

O evento Mossoró Oil & Gas Energy 2024, realizado entre os dias 26 e 28 de novembro no Expocenter da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró (RN), ampliou seu escopo, transcendendo a tradicional ênfase em hidrocarbonetos e abrangendo a integração de fontes renováveis, como solar e eólica. Essa mudança de foco alinha o evento às metas globais de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.

Descarbonização e Integração Energética: O evento destacou a produção de petróleo e gás de forma mais limpa, coexistindo com fontes renováveis, unindo os potenciais do Rio Grande do Norte. Um dos pontos altos foi a apresentação do trabalho coordenado pelo professor Frederico Ribeiro, do Núcleo de Pesquisas em Economia de Baixo Carbono da Ufersa, sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa. O núcleo desenvolve projetos com operadoras da região, como Mandacaru e Brava Energia, envolvendo a utilização de água produzida nos campos e projetos de sequestro de carbono, incluindo o uso de biochar, um tipo de carvão derivado de biomassa de resíduos agrícolas.

“A ideia é compensar essas emissões (dióxido de carbono, metano etc.) geradas pelas empresas, ou, em outra perspectiva, criar projetos para vender esses créditos de carbono para outras empresas, que é o que estamos fazendo”, explicou o professor Ribeiro, detalhando a utilização do biochar que, ao ser incorporado ao solo, “sequestra” o carbono, minimizando a liberação de gases de efeito estufa.

Integração Energética no Onshore: Para empresas de Mossoró do setor onshore, a integração energética não é algo recente, surgindo da necessidade de adaptação à crise do setor há oito anos. Empresas como a Servindu, inicialmente focada em serviços de manutenção, buscaram diversificação nos setores eólico e solar em resposta ao desinvestimento da Petrobras em campos maduros e ao crescimento do setor de renováveis no estado. Com a retomada do onshore a partir de 2020, essa coexistência entre petróleo e renováveis se fortaleceu. “Quando houve a baixa no setor de petróleo, começamos atuar também no setor de renováveis, que da mesma forma está aqui do nosso lado. Nos qualificamos para isso e hoje atendemos aos dois segmentos”, afirmou Criste Jones, CEO da Servindu.

O papel do Sebrae RN: João Hélio Cavalcanti, diretor técnico do Sebrae RN, destacou a importância da qualificação e inovação das empresas para atuar no setor energético, seja em hidrogênio verde, eólica, onshore, offshore, solar ou biomassa. Ele ressaltou o papel do Sebrae na preparação da cadeia produtiva para a integração energética, mencionando o trabalho de apoio a quase 200 empresas com energia solar por meio da Geração Distribuída (GD), e o credenciamento de empresas para atuarem com renováveis e empresas âncoras.

“E, da mesma forma que fizemos credenciamento de empresas, lá atrás, com a Petrobras, retomamos esse credenciamento de empresas e estamos junto a empresas âncoras, apresentando as micro e pequenas empresas para que deem todo o suporte às empresas de energias renováveis em nosso estado”, completou Cavalcanti.

Perspectivas futuras: Marcelo Toscano, diretor de Operações do Sebrae RN, avaliou que Mossoró e o Rio Grande do Norte vivem um momento único, com a retomada do petróleo onshore, crescimento das energias renováveis, integração energética e a perspectiva de exploração de petróleo e energia eólica offshore. “É o melhor momento do Estado da história em matéria de energia, um momento a ser vivenciado ainda mais pelo tamanho dos investimentos previstos para os próximos anos. De fato, um mar de oportunidades, como próprio evento menciona”, afirmou Toscano.

José Nilo dos Santos, presidente da Repedetro RN, destacou que a inclusão de energias solar e eólica no Mossoró Oil & Gas Energy estimula o potencial regional, a diversificação econômica, o fomento à inovação e a colaboração, fortalecendo a sustentabilidade e atraindo novos públicos. “O mercado de petróleo e gás é historicamente volátil, sujeito a variações de preço e demanda. Incluir renováveis pode atrair novos investimentos e gerar oportunidades em setores mais estáveis. E o foco ampliado do evento atrai um público mais diversificado, enriquecendo o ecossistema de debates e oportunidades”, avaliou.

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Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 28 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

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