O Festival Periferia Viva, que aconteceu na Torre de TV, em Brasília, encerrou-se na quinta-feira (28/11/2024), celebrando a diversidade cultural e as expressões artísticas da periferia da capital federal. O evento, organizado pelo Ministério das Cidades, levou para o centro de Brasília temas e artistas representativos das regiões periféricas.
Uma das atrações mais marcantes foi a instalação artística Pula Vai, uma catraca dupla de ônibus inflável de 28 metros quadrados, criada pelo artista Gustavo Santos, o Gu da Cei (27 anos), morador de Ceilândia. Segundo Gu da Cei, “Quis provocar com essa obra a discussão sobre os direitos básicos dos cidadãos periféricos, como o de transporte, saúde e educação”. A obra funcionava como uma metáfora, convidando os visitantes a “pularem” a catraca, representando a superação de obstáculos.
Gu da Cei destacou a força coletiva e a diversidade cultural de Ceilândia, descrevendo-a como “um lugar que reúne a cultura urbana com a nordestina em um cenário de cerrado”.
O grupo Breguenaite, autodenominado como o baile “mais despretensioso do DF”, deu início às apresentações no palco, misturando reggae e brega em um show que mescla música e performances. A multiartista Loba Makua (32 anos), coordenadora do baile, enfatizou a importância da visibilização da cultura periférica: “É de extrema importância a visibilização da cultura periférica para que ocupemos os territórios culturais”. Para Loba Makua, a cultura é fundamental para fortalecer as comunidades periféricas na luta por direitos e políticas públicas.
A coordenadora destacou que, para muitos artistas periféricos, a arte não é a principal fonte de renda. Como exemplo, citou Negra Eve (29 anos), mestre de cerimônias do baile e cantora, que trabalha como vendedora de roupas em Ceilândia. Negra Eve, cuja mãe, a cantora de rap Thug Di, a inspirou, afirma que “A arte surgiu para mim dentro da minha casa”. Para ela, a música é uma forma de expressar amor, afetos e protestos.
O evento contou com outras grandes atrações musicais, incluindo a cantora Gaby Amarantos, às 20h40, e o rapper Criolo, às 22h. A programação completa estava disponível no site do Ministério das Cidades.
O Festival Periferia Viva reforça a importância de dar voz e visibilidade às expressões culturais das periferias, promovendo a inclusão e o acesso à cultura para todos.
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