O líder indígena Biraci Junior Yawanawa, cacique da aldeia Nova Esperança, localizada na Terra Indígena (TI) Rio Gregório, município de Tauara, Acre, denunciou um grave ataque de uma facção criminosa à sua comunidade. O incidente, ocorrido na quarta-feira (27/11/2024), deixou a população em estado de pânico e resultou em diversas violações de direitos humanos.
Segundo o cacique, em vídeo divulgado nas redes sociais, crianças foram espancadas e mulheres estupradas pelos invasores. A gravidade da situação é tamanha que o líder declarou: “Estão sendo feitos reféns e estou muito preocupado. Está séria a situação”.
Apesar dos riscos pessoais, Biraci Junior justificou sua denúncia pública com a seguinte declaração: “Para que não aconteça coisa pior, a gente pede às autoridades que se desloquem e ajudem os parentes kamanawa [um dos clãs dos katukina pano]”. Os povos Yawanawá e Katukina Pano, que dividem a mesma língua (pano), residem na TI Rio Gregório e foram ambos atingidos pelo ataque.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) confirmou a presença de organizações criminosas na região e informou o início de uma operação na TI Katukina, também na mesma área. A coordenação da ação é de responsabilidade da Polícia Federal, com apoio logístico e de contingente do governo estadual, incluindo o fornecimento de aeronaves para acesso à área de difícil acesso.
A operação envolveu um contingente considerável de forças de segurança: policiais federais, policiais militares, policiais civis e guarnições do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), que foram deslocados de Cruzeiro do Sul (AC) para a região após o chamado de socorro.
Em nota, a Sejusp assegurou que: “As ações estão sendo cuidadosamente planejadas e executadas, e todas as providências vêm sendo adotadas para garantir a segurança do povo Katukina e demais povos da Terra Indígena Rio Gregório”.
A Agência Brasil solicitou mais informações ao Ministério dos Povos Indígenas e à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), aguardando resposta.
A violência relatada destaca a vulnerabilidade das comunidades indígenas frente à criminalidade organizada. A ausência de uma resposta imediata e eficaz por parte das autoridades levanta preocupações sobre a efetividade da proteção aos direitos humanos dessas populações. A urgência da situação exige uma resposta rápida e coordenada das autoridades competentes para garantir a segurança e a integridade física dos indígenas afetados.
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