A Polícia Federal (PF) concluiu sua investigação sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, indicando que o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o Brasil em dezembro de 2022 para evitar uma possível prisão. O relatório da PF, cujo sigilo foi quebrado pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) em 26 de novembro de 2024, indica que a fuga de Bolsonaro foi parte de um plano elaborado em 2021. Esse plano, descoberto no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, previa estratégias para auxiliar a fuga do ex-presidente caso ele enfrentasse revéses judiciais que ameaçassem sua liberdade. O plano incluía até mesmo o uso de armamento para garantir a fuga.
Segundo a PF, o plano de 2021 foi adaptado após a falha da tentativa de golpe em 2022. **“O plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado”**, afirma o relatório. A PF concluiu que, após a falta de apoio das Forças Armadas, Bolsonaro deixou o país para evitar prisão e aguardar o desenrolar dos eventos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.
**“Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023”**, conclui o relatório da PF. Bolsonaro retornou aos Estados Unidos em março de 2023, após sua estadia no exterior. O relatório da PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em coletiva de imprensa no dia 25 de novembro de 2024, Bolsonaro negou as acusações. **“Nunca discuti golpe com ninguém”,** declarou ele, acrescentando que todas as ações de seu governo foram tomadas “dentro das quatro linhas da Constituição”. A Agência Brasil tentou contato com a defesa de Bolsonaro para obter um posicionamento oficial sobre as novas informações contidas no relatório da PF, mas ainda não obteve resposta. A investigação da PF revelou a existência de seis núcleos criminosos envolvidos na tentativa de golpe, e os detalhes completos foram divulgados após a decisão do Ministro Alexandre de Moraes de retirar o sigilo do relatório.
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