Os médicos que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, iniciam uma paralisação a partir desta terça-feira (26). A decisão foi tomada em assembleia realizada nessa segunda-feira (25) pelo Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN). A principal motivação para a medida foi o atraso no pagamento dos repasses referentes ao mês de julho, que deveria ter sido realizado até 22 de novembro, conforme um acordo judicial firmado com o Governo do Estado.
Segundo o Sinmed RN, a paralisação foi aprovada por unanimidade pelos médicos presentes na assembleia e busca pressionar o governo estadual a regularizar a situação financeira. “O sindicato notificou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), o Juizado Federal do Rio Grande do Norte, a empresa Sama, responsável pela gestão do hospital, e o Conselho Regional de Medicina (CREMERN) sobre a situação”, destacou Geraldo Ferreira, presidente do sindicato.
Ele ainda afirmou que os médicos só retomarão as atividades normais quando os pagamentos forem regularizados: “A paralisação seguirá até que o acordo firmado com o Juizado Federal seja cumprido e o pagamento dos médicos seja regularizado”.
Durante a paralisação, a assistência na UTI do Hospital Regional Tarcísio Maia será reduzida. Os médicos informaram que não aceitarão novos pacientes e que os leitos que vagarem por altas não serão ocupados novamente. Dessa forma, os profissionais seguirão cuidando apenas dos pacientes internados até que recebam alta. Aqueles que necessitarem de internação em UTI serão encaminhados para buscar atendimento em outras unidades de saúde do estado.
A expectativa, de acordo com o sindicato, é que os profissionais retornem às atividades normais assim que o pagamento referente ao mês de julho seja realizado. Até o momento, não houve manifestação oficial por parte do Governo do Estado ou da Sesap em relação à paralisação e ao atraso nos repasses.
O episódio ressalta a crise no setor de saúde pública no Rio Grande do Norte, com impactos diretos na assistência aos pacientes que necessitam de cuidados intensivos. O Hospital Regional Tarcísio Maia é uma referência na região e, com a redução dos atendimentos, a situação se agrava para a população que depende do SUS.
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