O general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo Jair Bolsonaro, teve sua defesa divulgada neste sábado (23), reafirmando sua lealdade ao ex-presidente. A nota, assinada pelos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, do escritório Prata Advocacia (Brasília), ressalta que Braga Netto, também candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, ‘manteve a lealdade ao Presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022 e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis’.
Esta declaração surge no contexto do indiciamento de Braga Netto pela Polícia Federal (PF), na última quinta-feira (21), juntamente com outras 37 pessoas, por suposta participação em uma associação criminosa com o objetivo de abolir o Estado democrático de direito e promover um golpe de Estado. A PF investiga reuniões, incluindo uma realizada na residência de Braga Netto em novembro de 2022, que teriam discutido um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de atentar contra a vida do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes (STF).
Em publicação na rede social X, o próprio Braga Netto rebate as acusações, afirmando que: “nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de ‘golpe dentro do golpe’. Haja criatividade…”
A defesa do general expressa sua inconformidade com a falta de acesso ao relatório da PF entregue ao ministro Alexandre de Moraes, criticando o vazamento de informações para a imprensa antes da disponibilização oficial do documento às partes envolvidas. A nota divulgada pela defesa, na íntegra, repudia a narrativa de ‘um golpe dentro do golpe’, destacando a trajetória de Braga Netto e sua busca por soluções legais e constitucionais. A defesa argumenta que a observância do devido processo legal irá esclarecer os fatos e determinar as responsabilidades individuais. Finalizando, questiona os interesses por trás da divulgação de ilações e suposições fora do contexto legal do inquérito.
A íntegra da nota da defesa de Braga Netto:
“A Defesa técnica do General Walter Souza Braga Netto repudia veementemente a criação de uma tese fantasiosa e absurda em parte da imprensa de que haveria “um golpe dentro do golpe“. Apesar do silêncio de muitos setores institucionais da nossa sociedade, o General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, General de Exército que comandou tropas do Comando Militar do Leste no RJ, a inédita Intervenção Federal na área de Segurança Pública no Estado do RJ e foi Chefe do Estado-Maior do Exército destaca que ao longo de sua trajetória, sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais. Lembra, ainda que, durante o governo passado foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve a lealdade ao Presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022 e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis. A defesa do General Braga Netto acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada ente envolvido nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões. Por fim, é vital levantar a questão a quem interessa este tipo de ilação e suposição fora do contexto do inquérito legal, que ainda não foi disponibilizado oficialmente para as defesas dos interessados.”
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