Na manhã desta sexta-feira (22), a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), deflagrou a Operação PV5. A ação teve como objetivo desarticular um esquema criminoso responsável pelo envio de recados e celulares ao Presídio Rogério Coutinho Madruga, localizado no Complexo de Alcaçuz, em Nísia Floresta, Grande Natal.
A investigação, iniciada em março deste ano, revelou que o grupo criminoso facilitava a comunicação entre os líderes de uma facção detidos no Pavilhão 5 do Complexo de Alcaçuz e pessoas externas ao sistema prisional.
Além disso, o esquema permitia a entrada de aparelhos celulares na unidade. A operação [vídeo mais abaixo] resultou no cumprimento de três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, abrangendo as cidades de Natal (RN), Nísia Floresta (RN) e Cajazeiras (PB).
Alvos incluem advogados, familiares e apoiadores
Entre os alvos da operação, estão dois advogados, que tiveram medidas cautelares aplicadas, proibindo-os de frequentar presídios estaduais. A participação de companheiras e irmãs de presos no esquema também foi identificada, resultando na emissão de mandados de prisão preventiva contra elas. Segundo a Polícia Civil, os envolvidos usavam visitas e advogados como intermediários para levar mensagens e equipamentos ao interior do presídio.
A Operação PV5 foi executada com o suporte de diversas forças de segurança. Entre os colaboradores estavam a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (SEAP-RN), as Polícias Penais do RN e da Paraíba, e unidades especializadas como a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Paraíba (DRACO/PB) e o Grupo Tático Especializado da Paraíba (GTE-PB). A operação também contou com a Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (RENORCRIM), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O nome da operação faz alusão direta ao Pavilhão 5 (PV5) do Complexo de Alcaçuz, considerado um dos epicentros das atividades de uma facção criminosa no estado. Este pavilhão concentra os principais líderes do grupo, responsáveis por coordenar ações tanto dentro quanto fora do sistema prisional.
Investigação e desdobramentos legais
A investigação, conduzida pela DEICOR, visa não apenas punir os envolvidos, mas também coibir futuras ações semelhantes. Segundo o Código Penal Brasileiro, a facilitação de comunicação ilícita com presos pode ser enquadrada em crimes como associação criminosa (Art. 288) e favorecimento real (Art. 349), cujas penas variam de 1 a 5 anos de reclusão, podendo ser ampliadas em casos de envolvimento de facções.
A Polícia Civil reforçou o pedido de colaboração da população para o envio de informações anônimas através do Disque Denúncia 181. Denúncias podem ser cruciais para novas operações e desdobramentos no combate ao crime organizado.
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