Uma operação conjunta entre a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro resultou na apreensão de provas e na investigação de uma organização criminosa responsável por fraudes que causaram um prejuízo superior a R$ 40 milhões ao Banco do Brasil. A operação, denominada Chave Mestra, representa a quarta fase de uma investigação iniciada em julho de 2023, após a detecção de irregularidades internas pelo próprio banco.
Na manhã de quinta-feira (21), foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em endereços localizados nas zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro, além de Niterói e São Gonçalo. Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Capital a pedido do MPRJ, resultaram na apreensão de diversos dispositivos eletrônicos, incluindo seis telefones celulares, dois notebooks, três CPUs, seis cartões de memória, cinco pen drives, três HDs externos e 32 cartões magnéticos. Onze indivíduos são investigados em relação a este caso, porém seus nomes ainda não foram divulgados publicamente.
As investigações revelaram que o grupo utilizava dispositivos eletrônicos clandestinos para invadir sistemas internos de agências do Banco do Brasil, obtendo dados sigilosos de clientes para realizar as fraudes. As agências afetadas estão localizadas em diversas regiões, incluindo o Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Centro do Rio, além de Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias. Os ataques foram identificados a partir de dezembro de 2023 e, segundo as investigações, se estenderam por oito meses.
O Banco do Brasil, em nota oficial, confirmou sua colaboração com as investigações e afirmou que “o BB possui processos estabelecidos para monitoramento e apuração de fraudes contra a instituição, adotou todas as providências no seu âmbito de atuação e colabora com as investigações”. A instituição ressaltou que a operação é um desdobramento de apuração interna que detectou as irregularidades e comunicou a Polícia.
De acordo com o Gaeco/MPRJ, os investigados respondem por crimes de organização criminosa e invasão de dispositivo informático. A investigação indica que o grupo atuava de forma estruturada, com uma divisão de tarefas clara entre aliciadores, aliciados, instaladores, operadores financeiros e líderes. O Gaeco destaca que as investigações se iniciaram a partir de informações apuradas pela Unidade de Segurança Institucional do Banco do Brasil.
A operação Chave Mestra representa um importante avanço no combate às fraudes bancárias no Rio de Janeiro. As investigações estão em andamento e a expectativa é que novas informações sejam reveladas em breve, levando à responsabilização dos envolvidos e à recuperação dos valores desviados.
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